terça-feira, 22 de setembro de 2020

Opinião do dia – Luiz Sérgio Henriques*

 Difícil imaginar que a convergência de crises apague os sinais de batismo das duas sociedades. O mundo globalizado, ao contrário do que pensam os detratores, não é uma abstração vazia na qual sumam as combinações particulares de liberdade e igualdade, indivíduo e comunidade. Contudo, seja no mundo “ibérico”, seja no “anglo-saxão”, o requisito para despontarem a diferença e a multiplicidade é a universalidade da democracia. Sem ela, como o comprovam cotidianamente Trump e Bolsonaro – o original e o rascunho –, não equacionaremos a atual e aguda crise civilizatória. Na verdade, nem sequer a perceberemos.


 *Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das ‘Obras’ de Gramsci no Brasil. “Duas nações, uma crise”, O Estado de S. Paulo, 20/09/2020.

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