Pelo fim
de janeiro, o ministro do STF, Edson Fachin, disse que a “corrupção parece
triunfar novamente como cupim da República”. No início de fevereiro, esse triunfo
se confirmou com a extinção da força-tarefa da Lava Jato no Paraná e o
recrudescimento da perseguição contra juízes e procuradores que atuaram na
linha de frente da maior e mais exitosa operação de combate à corrupção da
história do Brasil.
A escalada persecutória tem visado especialmente o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Os cupins em guerra contra a Lava Jato têm usado, dentre outras armas, gravações criminosas de hackers. O senador Renan Calheiros, por exemplo, quer mandar Moro e Dallagnol para a cadeia e quer que os hackers sejam não só anistiados como elevados ao panteão da pátria. Não é difícil que isso aconteça, tendo em vista o extenso acordo de conveniência em prol da impunidade que inclui representantes dos três Poderes; além da militância lulista que ainda grassa no quarto poder.
No STF, o
ministro Gilmar Mendes, falando fora dos autos, adiantou julgamentos contra a
Lava Jato, insultou de forma leviana e grosseira —sem nenhum apreço pela
ortodoxia jurídica ou pelo decoro ministerial— pessoas e instituições. Da
força-tarefa de Curitiba disse tratar-se de “um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos
parâmetros legais”. Ironicamente, essa fala sobre assunto em pauta para
julgamento coloca o próprio ministro “totalmente fora dos parâmetros legais”.
Vale
salientar que a fúria do ministro Gilmar contra a Lava Jato representa uma
mudança de rumo, uma curva de interesse: em 2015, esse mesmo Gilmar dizia que a
Lava Jato havia revelado “o maior escândalo de corrupção no Brasil e quiçá no mundo”. Talvez uma CPI
da Lava Toga esclarecesse o motivo da guinada de opinião do ministro que, por
seus muitos abusos, tem vários pedidos de impeachment protocolados no Senado;
todos devidamente engavetados como parte do acordão da impunidade.
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