O
Brasil submerge no 'inferno furioso' da pandemia.
Nesta
semana, o esquadrão da morte bolsonarista conseguiu avanços importantes no Congresso.
No Senado, a esperteza de um aliado garantiu a entrada em vigor das normas que
facilitarão o acesso a armas e
munições. Milícias, hostes militarizadas, criminosos em geral
agradecem.
A Câmara aprovou projeto de lei que implode a fila única da vacinação e rasga o princípio da solidariedade social que orientou a criação do Sistema Único de Saúde. Ao permitir que empresas privadas comprem vacinas, institucionaliza a vacina "censitária", por critério de renda, não de vulnerabilidade.
O projeto, que ainda vai ao Senado, atende à mentalidade de capatazia do empresariado, que alega a necessidade de vacinar sua mão de obra. Se tem pouca vacina, que morram os velhos, os doentes, os mais fracos. É cruel assim. É bárbaro assim. Pensamento não muito distante da facção empresarial que se reuniu com o marginal da democracia em repasto noturno: bilionários da Forbes, o dinheiro grosso dos bancos, patrões da mídia e a bolorenta Fiesp.
A
essa gente pouca importa que em algumas cidades o número de atestados de óbito
já seja maior que o de certidões de nascimento e que possamos chegar ao meio
milhão de mortos. Os empresários aplaudiram o genocida. Manifestaram
"otimismo" e "tranquilidade" após ouvi-lo.
A
falange religiosa do esquadrão, porém, sofreu derrota importante no STF. Foi
inquietante assistir à pregação de André Mendonça, da AGU, a favor dos cultos
presenciais em igrejas e templos. Com seus olhos vidrados e pausas teatrais,
encarnou o pastor, não o representante de instituição laica. Felizmente, a
Corte derrubou a pretensão de inspiração teocrática.
Decisão do ministro Barroso, contudo, acrescentou fator de imponderabilidade para os próximos dias ao determinar que o Senado instale a CPI da Covid. Enquanto isso, como disse um conselheiro da OMS, o Brasil submerge no "inferno furioso" da pandemia.
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