-O Globo
Na quinta passada, Eduardo Pazuello se
penitenciou à CPI da Covid após ter sido flagrado sem máscara num shopping de
Manaus. O general fingiu arrependimento por desrespeitar as regras sanitárias.
“Peço desculpas por isso”, afirmou.
Três dias depois, o ex-ministro participou
de um comício com Jair Bolsonaro no Parque do Flamengo. A exemplo do chefe,
discursou sem máscara, lançando perdigotos sobre a plateia. Foi a menor das
suas transgressões no palanque.
Diante do Monumento aos Pracinhas, Pazuello
pisoteou o Regulamento Disciplinar do Exército. O texto proíbe militares da
ativa de se manifestar, sem que estejam autorizados, sobre assuntos de
“natureza político-partidária”. Ao ignorar a regra, o general rompeu a
hierarquia e deu um novo incentivo à politização da tropa.
A provocação foi combinada com Bolsonaro,
que viveu um dia de Mussolini com seus fanáticos de motocicleta. No passado, o
capitão estimulou a anarquia militar para transitar dos quartéis ao Congresso.
Agora investe na cooptação das Forças Armadas para fortalecer seu projeto
autoritário.
No início da pandemia, o presidente levou seus seguidores para a porta do Quartel-General do Exército, onde discursou num ato que pregava o fechamento do Congresso e do Supremo. Nos últimos meses, passou a ameaçar o uso de tanques contra governadores e prefeitos que não se curvam ao negacionismo federal.
Pressionado pela CPI e pelas pesquisas de
opinião, Bolsonaro aposta no golpismo para intimidar adversários e contestar
uma possível derrota nas urnas. Pazuello já cumpriu a primeira missão quando
virou ministro e sabotou o combate à pandemia. Agora sobe no palanque do chefe
para ajudá-lo a semear a baderna em 2022.
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A nova política
Antes de ganhar o apelido de Capitã Cloroquina, Mayra Pinheiro foi candidata ao Senado pelo PSDB do Ceará. A médica bolsonarista passou por dois grupos que dizem formar quadros para a “nova política”: Livres e RenovaBR.
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