Blog do Noblat / Metrópoles
Governador de São Paulo deslancha a
campanha para ser o candidato do seu partido à sucessão de Bolsonaro
O governador João Doria, de São Paulo, tem
duas razões para esperar melhores dias. A primeira: até seus desafetos começam
a admitir que ele deva vencer a disputa para ser candidato do PSDB à
presidência da República nas eleições do ano que vem.
A segunda razão: em pesquisas de intenção
de voto encomendadas para consumo interno do partido, ele está com viés de alta
quando citado no ranking dos possíveis candidatos à sucessão de Jair Bolsonaro.
Vinha mal. Começa a ir bem.
Doria finalmente deslanchou sua campanha para as prévias do PSDB de outubro. Por enquanto, enfrentará dois concorrentes: o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o senador Tasso Jereissati, do Ceará. Tasso deverá desistir.
A máquina do governo de São Paulo entrou de
vez em campo para assegurar a vitória de Doria; está fazendo filiações em massa
de simples eleitores, mas também de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que
pertenciam a outros partidos.
No último fim de semana, Doria reuniu-se
com filiados do PSDB no Mato Grosso do Sul e em Goiás. Tem-se apresentado como
o pai da vacinação contra a Covid e o melhor nome disponível para quem não
queira votar nem em Lula e nem em Bolsonaro.
Espera, antes de outubro, já ter vacinado
todos os moradores do seu Estado.
Polícia vai à missa para conter fúria de
bolsonaristas contra padre
No Ceará, padre italiano de 82 anos critica
a condução pelo governo do combate à pandemia e coleciona ameaças de morte
Por questões de segurança, a missa das 8
horas do domingo na Paróquia da Paz, no bairro chique de Aldeota, em Fortaleza,
capital do Ceará, atraiu duas viaturas da Polícia Militar e não foi celebrada
como de costume pelo padre italiano Lino Allegri.
Bolsonaristas em grande número, uns com
camisas da Seleção Brasileira, outros com o número 17 estampado nas costas,
encheram a igreja com a intenção de mais uma vez hostilizar Allegri, crítico em
seus sermões do presidente Jair Bolsonaro.
“Esse negócio da doutrina dos oprimidos,
isso tudo não é para ser praticado aqui”, disse ao jornal O POVO o coronel
Ricardo Bezerra, seguidor de Bolsonaro. “O padre proselitista peca com tudo
isso. Vai perder muitos fiéis se continuar nessa linha”.
Aos 82 anos de idade, 56 dos quais como
padre, Allegri chegou ao Brasil à época da ditadura militar de 64 e tem
cidadania brasileira. No início deste mês, foi alvo de uma reação de ódio e de
intolerância por parte de frequentadores de sua missa.
Uma dezena deles, depois da missa, invadiu
a sacristia da igreja e o ofendeu aos berros porque ele criticou a maneira como
o governo federal conduzia o enfrentamento da pandemia da Covid-19 que já matou
mais de 540 mil pessoas. Não foi a primeira vez.
A missa de ontem foi celebrada por outro
padre designado pela Arquidiocese de Fortaleza. Allegri, que coleciona ameaças
à sua vida, deverá pedir ingresso no Programa Estadual de Proteção aos
Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH).
O governador Camilo Santana (PT) mandou instaurar inquérito para apurar as ameaças e destacou policiais para garantir a integridade do padre. “O sacerdote e o pastor não podem se calar quando a vida está sendo desrespeitada e violentada”, defende-se Allegri.
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