Folha de S. Paulo
Para eles, quem ficava em casa em 2020 e
agora voltou a participar de atividades sociais é hipócrita
A canalhice bolsonarista se renova a cada
semana. Não basta o boicote ao uso de máscara e à vacinação, essa corja que
apoia Jair Bolsonaro se tornou especialista em manipular fatos, para
constranger cidadãos que sempre seguiram as recomendações de autoridades
sanitárias ao longo da pandemia da Covid-19.
A moda entre a milícia que bajula o
presidente é ressuscitar posts de formadores de opinião, com a
bandeira do "fique em casa", levantada durante os meses mais
dramáticos, e confrontá-los em razão de seu comportamento atual: sair, viajar,
frequentar bares e festas. Ainda há riscos? Sim. Mas a realidade é diferente da
de um ano atrás.
Famosos que participaram da festa de uma youtuber sofreram ataques. Acontece o mesmo com políticos de oposição em momentos de lazer. Um deputado da bancada evangélica compartilhou uma foto em que esta colunista estava em Copacabana. Eram 5h30, praia vazia. Nem os bandidos cariocas tinham acordado.
Mas a campanha sórdida promovida por essa
gente tosca, incluindo parlamentares governistas, tem apenas o objetivo de
linchar os críticos do governo, que engrossaram o coro de especialistas. No
começo dessa crise, o isolamento era a alternativa quando pouco se sabia sobre
a doença, não havia vacina, hospitais e cemitérios tinham fila de espera.
Estamos no meio de dezembro de 2021, as
restrições de circulação e de aglomeração vêm caindo desde a metade do ano
passado, a vacinação bombando, mas, para o bolsonarista, quem ficava em casa no
ano passado e agora voltou a participar de atividades sociais é hipócrita.
Ninguém mais quer ficar trancado. Não há,
hoje, nenhuma orientação neste sentido. A milícia sabe. O que eles fingem
ignorar é que as bandeiras atuais são a obrigatoriedade da imunização
e a exigência de passaporte da vacina em todos os lugares. Tudo o que os negacionistas
não querem. O que eles querem é torrar a paciência alheia e eternizar a
pandemia.
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