O Globo
Como representante da sociedade civil junto
à Justiça Eleitoral, a OAB tem experiência para atestar a excelência e a
segurança do sistema brasileiro
É motivo de orgulho termos, no Brasil, uma
Constituição que se tornou referência mundial em matéria de liberdades
individuais. Principal documento da retomada democrática, nossa Carta Cidadã
tem entre suas cláusulas pétreas, que não podem ser alteradas nem mesmo por
emenda, as disposições sobre os direitos e garantias fundamentais.
A história de nosso país e do mundo mostra,
no entanto, que a democracia apenas sobrevive, prospera e persiste quando é
constantemente alimentada e defendida. Justamente por esse motivo, nossa
Constituição atribui a defesa da ordem democrática a algumas instituições,
inclusive à advocacia, definida no Artigo 133 como “indispensável à
administração da justiça” e “inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei”.
Hoje, Dia da Advocacia, cabe refletirmos sobre o papel da profissão, em especial em relação às eleições que se avizinham, num cenário marcado por forte polarização ideológica e investidas contra o sistema eleitoral, que tem sido exemplar em assegurar a soberania das decisões tomadas pelo voto popular.
Estado Democrático de Direito e advocacia
estão inexoravelmente ligados. Um não existe sem o outro. Nas eleições,
advogadas e advogados, detentores da ciência jurídica, exercem papel central
nos debates, das pequenas rodas de familiares e amigos aos grandes
enfrentamentos televisionados. O norte de nossa profissão, também nessas
situações, é o compromisso com as leis e a Constituição.
Maior entidade civil do país, com quase 1,3
milhão de inscritos e aptos a advogar, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
segue honrando o compromisso que marca sua história de 92 anos: representar a
profissão e ser guardiã do Estado Democrático de Direito. Cumprir essa missão,
durante o processo eleitoral deste ano, significa manter equidistância de
projetos ideológicos e partidários para, com credibilidade e isenção técnica,
certificar que o processo ocorre de modo conforme à letra constitucional.
A atuação da Ordem em defesa dos princípios
da democracia é verificada em diversas ações concretas, como o acompanhamento
sistemático de todas as eleições, desde o início da organização até a posse dos
eleitos, com a prevalência da decisão tomada pelos eleitores, por maioria, por
meio do voto. Como representante da sociedade civil junto à Justiça Eleitoral,
a OAB tem a experiência para atestar a excelência e a segurança do sistema
brasileiro, cujo modelo eletrônico é bem-sucedido desde 1996.
A OAB representa a totalidade de seus
inscritos e defende os interesses da classe como um todo, perseguindo o
respeito às prerrogativas da profissão, que asseguram ao profissional os
instrumentos necessários para fazer valer os interesses dos cidadãos. Autonomia
crítica, excelência técnica e representatividade são fatores preponderantes
para a relevância da Ordem e a efetividade de suas ações em apoio ao Estado
Democrático de Direito, que é o motivo da existência da instituição e da
própria advocacia.
*Beto Simonetti é presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Um comentário:
Até onde eu sei a OAB Nacional não assinou a carta.
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