O Estado de S. Paulo
Feminismo é ‘transtorno mental’, gays são ‘desajustados’ e o presidente achincalha o Brasil
O procurador
Anderson Santos usou redes institucionais do Ministério Público para cobrar
“débito conjugal” e “obrigação sexual” das mulheres com seus maridos e atribuir
o feminismo a “transtorno mental”. De que profundezas do atraso e da loucura
essa gente está brotando no Brasil, talvez do mundo?
A comparação direta é com o pastor e
ex-ministro da Educação (!) Milton Ribeiro, que, antes de disparar um tiro
acidental em pleno aeroporto de Brasília e de ser preso por suspeita de
negociatas no MEC, declarou ao Estadão que jovens gays são “fruto de famílias
desajustadas”. Para um, feminismo é “transtorno mental”. Para outro,
homossexualidade é “desajuste”.
Essas posições não são isoladas, são parte de um tsunami que tentam chamar de “conservador”, mas é muito pior e absurdo e está impregnado em setores da sociedade, borbulhando exemplos aterrorizantes.
Um anestesista estuprando dezenas de
mulheres na hora sublime – e tensa – do parto? Um cirurgião plástico que
deforma pacientes e sequestra uma delas, necrosando, para esconder seus crimes?
Médicos têm uma profissão nobre, passam por vestibulares disputados, estudam
anos e juram “exercer a arte de curar e manter-se sempre fiéis aos preceitos da
honestidade, da caridade e da ciência”.
E uma juíza sequestrar uma menina de 11
anos da própria mãe, tentando impedir que ela faça a tempo um aborto legal,
depois de estuprada? Em vez de ir atrás da juíza que descumpre a lei, o
Ministério (atenção!) da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos abre
investigação sobre os dois médicos que cumpriram a lei, com caridade e
humanidade.
É num ambiente degradado assim que um
sujeito fica enfurecido ao saber de uma festa de aniversário com motivos
petistas e pró-Lula, pega o carro e a arma e mata a tiros o aniversariante, pai
de quatro filhos, um deles bebê. Como pode uma coisa dessas?
E como podem surgir “ídolos” de internet
como a tal Sara Winter, que era de esquerda, virou de direita e produzia
espetáculos Ku Klux Klan ao redor do Supremo? E a mitomaníaca Patrícia Lélis,
que era bolsonarista, virou lulista e continua “bombando”?
Só faltava o presidente da República
convidar dezenas de embaixadores estrangeiros, os generais do Planalto e os
chefes dos órgãos de controle para... achincalhar a imagem do Brasil. É tão
inacreditável que as situações se invertem: o presidente é quem ataca o País,
as instituições, ministros do Supremo e o sistema eleitoral; os Estados Unidos,
o Reino Unido e a Itália, além de dezenas de entidades brasileiras, é que se
mobilizam para defender. É ou não uma loucura?
2 comentários:
Tendo um louco na presidência nada é impossível. Daí para pior.
Disse tudo,um maluco sem beleza na presidência,tudo é possível.
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