O Estado de S. Paulo.
A literatura tradicional ainda é a melhor vacina contra populismos de esquerda e direita
Cinderella (de 2015) é uma jovem órfã que
se apaixona pelo príncipe Kit em encontro fortuito na floresta. Aladdin (de
2019) é um jovem órfão que se apaixona pela princesa Jasmine em encontro
fortuito na rua.
Com ajuda de uma fada madrinha que a transforma em princesa a bordo de uma carruagem, Cinderella supera os obstáculos impostos por sua malvada madrasta, Lady Tremaine, contorna a barreira social e comparece ao baile onde o príncipe Kit também se mostra apaixonado por ela.
Com ajuda de um gênio da lâmpada que o tira
de uma caverna e o transforma em príncipe, Aladdin supera os obstáculos
impostos pelo perverso grão-vizir Jafar, contorna a barreira social e é
recebido no castelo onde a princesa Jasmine também se mostra apaixonada por
ele.
Quando Lady Tremaine descobre que
Cinderella se disfarçou de princesa, ela tranca a enteada em um quarto
escondido e busca um acordo para ganhar poder caso Kit escolha outra jovem como
noiva.
Quando Jafar descobre que Aladdin se
disfarçou de príncipe, ele rouba a lâmpada mágica e pede ao gênio para ganhar o
poder de sultão do pai de Jasmine.
A busca de Kit por Cinderella faz com que
ele ouça seu canto pela fresta da janela do quarto trancado e desmascare Lady
Tremaine.
A reação de Jasmine e Aladdin contra Jafar faz com que o grão-vizir peça agora para ser mais poderoso que o gênio e acabe ele próprio sugado para dentro da lâmpada.
As vitórias dos protagonistas sobre seus
antagonistas não vêm sem orientações transformadoras. “Tenha coragem e seja
gentil”, ensinou a falecida mãe de Cinderella. “Quanto mais você ganha
fingindo, menos você realmente terá”, disse o gênio a Aladdin.
Uma vez confessados os disfarces, Kit
aceita Cinderella como moça do campo, enquanto Jasmine aceita Aladdin como
rapaz da rua, em finais felizes de fazer inveja a Romeu e Julieta.
Para entrar no universo das minhas
sobrinhas durante viagem de carnaval em família, assisti às recentes versões
cinematográficas de ambos os contos populares de séculos passados.
A literatura tradicional, bem ou mal
adaptada ao cinema, ainda é a melhor vacina contra os populismos de esquerda e
direita da contemporaneidade, porque ela ilustra como o amor, a gentileza, a
sinceridade e a coragem podem suplantar a divisão da sociedade em castas,
levando à realização pessoal e ao bem comum, enquanto os “Jafares” e
“Tremaines” do nosso tempo tentam nos dividir à base de ódio, inveja, ganância
e ressentimento.
Eduque as crianças da sua família também.
Um comentário:
Comparando o incomparável,rs.
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