Folha de S. Paulo
Presidente da Câmara está de olho grande
nas verbas da Saúde
Em 2021, quando o general Eduardo Pazuello
deixou o Ministério da Saúde, suspeito de crimes, investigado
pela Polícia Federal e com o país batendo recorde de mortes na
pandemia de Covid, o governo Bolsonaro já brincava de ciranda com o centrão.
Olho grande, Arthur Lira tentou impor um apaniguado para comandar a pasta (quer
dizer, as verbas da pasta), o deputado federal Dr. Luizinho, que agora ressurge
como indicação do presidente da Câmara para substituir a ministra Nísia
Trindade.
Mesmo pressionado, o ex-presidente resistiu. Queria alguém com o perfil de Pazuello, um cumpridor de ordens que não o desautorizasse, como fizera Luiz Henrique Mandetta nas ações de combate ao coronavírus. Escolheu Marcelo Queiroga, mais bolsonarista do que médico. Resta saber o que o atual presidente fará.
Primeira mulher a chefiar a Saúde, Nísia
Trindade veio para organizar e reconstruir um ministério arrasado, com
a promessa de fortalecer o SUS, pautar-se pela ciência e trabalhar em diálogo
com estados e municípios —espécie de antídoto aos tempos de obscurantismo sob
Bolsonaro. Era um compromisso de campanha assumido por Lula. Em seis meses,
tudo está ameaçado. Ironicamente, em nome da governabilidade.
Político populista com base na Baixada
Fluminense, Dr. Luizinho integra o esquema de administração que vem se
perpetuando no poder com o objetivo de falir o Rio de Janeiro. Foi secretário
de Saúde no governo Pezão e hoje, licenciado da Câmara, ocupa o cargo na gestão
Cláudio Castro. Por ter assinado contratos de R$ 4 milhões sem licitação com a
Prefeitura de Nova Iguaçu, está sendo investigado pelo MP. O doutor deve ser
feito de açúcar, pois Castro trabalha para fazê-lo candidato
a prefeito do Rio com Pazuello de vice –PP e PL juntos.
A maior credencial de Dr. Luizinho é privar da amizade do rei. Um reizinho chamado Arthur Lira, que manda, desmanda e ai de quem lhe desobedeça.
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