O Globo
Andrei Passos Rodrigues explica que os
inquéritos estão na reta final
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse que até o fim de junho, a PF termina o inquérito dos casos das joias e da fraude da vacina. Em julho, termina a investigação da tentativa de golpe de 8 de janeiro, e em agosto, os casos do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. “Tudo está na reta final”, me disse ele. Ontem, dia do Meio Ambiente, o diretor da Polícia Federal anunciou um acordo com o BNDES para que R$ 350 milhões de recursos do Fundo Amazônia sejam aplicados para alavancar o plano de segurança da Amazônia, inclusive com a criação do Centro de Cooperação Internacional.
— Hoje, a Polícia Federal coordena um sistema
de segurança para a proteção na Amazônia e tem um plano estratégico de
segurança da Amazônia legal no qual participam outras forças federais. O BNDES
é o financiador desse sistema, através do Fundo Amazônia. Um acordo, que está
em vias de ser assinado, trará recursos para a incrementação de tudo o que está
em curso. Parte desse dinheiro será para que criemos em Manaus o Centro de
Cooperação Policial Internacional, no qual traremos os nove países amazônicos —
disse o diretor-geral em entrevista que me concedeu na GloboNews.
No caso Marielle
Franco, eu perguntei
o que muda com o depoimento do delegado Rivaldo Barbosa, no qual ele teria dito
que não conhece os irmãos Brazão.
— Isso em nada muda o curso das
investigações, aquilo que foi colhido durante a investigação, o que foi
provado, aquilo que se corrobora por várias formas. É um depoimento importante,
mas não altera a percepção da equipe, não altera o rumo da investigação e nada
do que tínhamos previsto.
A Polícia Federal está em várias frentes ao
mesmo tempo, como se pode ver aqui nessa coluna. Ontem mesmo, a PF deflagrou em
Porto Velho a operação
“Greenwashing” para investigar a venda criminosa de R$ 180
milhões de créditos de carbono por organização criminosa que invadiu terras
públicas.
O combate ao crime na Amazônia, segundo o
diretor-geral da PF, só poderá ser bem-sucedido integrando-se agências
federais, governos estaduais e países da região. E é isso que tem sido feito
nesse plano de segurança da Amazônia.
—O crime hoje não tem fronteira. Não se
produz cocaína no Brasil, mas o país é rota do tráfico de drogas e é destino.
Na lavagem de dinheiro, o destino final é muitas vezes a Europa. A lavagem
feita na Ásia. O garimpo é um exemplo claro disso. Hoje nós temos ouro ilegal
brasileiro em vários países. A madeira também. O patrimônio cultural,
recuperamos recentemente um livro no Reino Unido, valioso para nós, furtado de
biblioteca em Belém. O crime organizado não tem fronteiras, atua de forma
conectada com vários países.
O diretor-geral contou que quando há
operações fortes no Brasil, na área ambiental, outros países da região sentem o
efeito. Recentemente, no Vale do Javari foi feita uma operação em coordenação e
com troca de informações com o Peru, Colômbia e Venezuela. Tudo isso tem levado
à queda de 60% do desmatamento desde o início do governo e também de 60% no
garimpo ilegal.
Em relação às investigações que envolvem o
ex-presidente Jair
Bolsonaro e pessoas do seu governo, ele disse que elas estão
sendo conduzidas tecnicamente e estão chegando ao fim.
— Eu diria que estamos na reta final dos
casos da fraude de vacinas e o da ilegal comercialização de joias do patrimônio
público. A estimativa é que até o final do mês de junho tenhamos a conclusão
desses dois. Novas diligências internacionais foram feitas. Eu respeito a
autonomia da investigação, mas a expectativa de conclusão é em junho.
Perguntei sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro.
— A expectativa do chamado inquérito do golpe
é finalizarmos no mês de julho. São vários terabites de informações, dados,
depoimentos, apreensões, documentos, imagens, toda a sorte de provas. E nossa
expectativa é, ao final dessa investigação, apresentarmos quais foram os
responsáveis por essa barbárie que aconteceu em nosso país.
Também está terminando o caso
conhecido como Abin paralela, que espionava clandestinamente
brasileiros de diversas áreas como políticos, juízes e jornalistas. No caso do
ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, apareceram pessoas interessadas em
colaborar com a PF. O processo deve terminar em agosto, da mesma forma que o de
Anderson Torres. Esses próximos três meses prometem.
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Veremos!
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