O Estado de S. Paulo
Presidente brasileiro distribui lições ambientais em viagem internacional que não faz em casa
Lula abre a 79ª Assembleia Geral da ONU
amanhã com um discurso que abordará, entre outros temas, o desafio das mudanças
climáticas. O presidente chegou mais cedo a Nova York para participar da Cúpula
do Futuro, também na ONU, onde apresentou uma prévia das lições que pretende
dar aos líderes mundiais.
Em sua curta fala, reclamou que o mundo não está reduzindo as emissões de gases do efeito estufa em níveis suficientes e citou uma falta de “financiamento climático”, leiase pagamento de países ricos, que poluem mais, para que nações em desenvolvimento invistam em ações de mitigação e adaptação aos efeitos do aquecimento global. Disse também que, nesse e em outros temas, a comunidade internacional caminha para o “fracasso coletivo”.
Lula voltou ao poder crente de que seria
capaz de exercer um papel de liderança no cenário externo, algo mais difícil de
alcançar hoje do que há catorze anos, quando se encerrava o seu segundo
mandato.
O Brasil não tem a mesma relevância econômica
relativa de antes, a China ganhou uma força geopolítica que desmente a visão
multipolar difundida pelos (Celso) Amorins da vida e a América Latina está mais
fragmentada politicamente. Para compensar, a diplomacia lulista pôs-se a caçar
novas causas universais em que pudesse liderar. Assim, engajou-se nas ideias de
taxar os ricaços globalmente e de regular a Inteligência Artificial.
A defesa do meio ambiente sempre foi o
terreno natural para o protagonismo do Brasil, que abriga a maior floresta
tropical do mundo e outros biomas importantes.
O País possui um dos códigos de preservação
mais avançados e um potencial de geração de energia verde inigualável. Mas a
aparente convicção de que só a mudança de retórica em relação ao antecessor,
Jair Bolsonaro, seria suficiente para manter as árvores de pé transformou-se em
empáfia e resultou numa política ambiental de resultados pífios.
No ano passado, no seu primeiro discurso na
ONU depois de retornar à presidência, Lula apontou o dedo para os países ricos
pelo carbono que jogam na atmosfera e garantiu que ia provar como se faz um
“modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável”.
O modelo do presidente Lula está aí, no ar
que respiramos enquanto ele dá lições ambientais. Nos sete primeiros meses
deste ano, os focos de incêndio dobraram em relação ao mesmo período de 2023.
Não faltaram alertas. Lula falou muito, mas não mostrou como se faz.
2 comentários:
Existe o imponderável,não podemos comparar Marina Silva com Ricardo Salles.
Podemos comparar, sim! Marina é uma mulher honesta e trabalhadora, reconhecida internacionalmente há décadas como ambientalista séria e dedicada. Ricardo Salles é um criminoso já condenado, reconhecido nacionalmente como passador de boiada e enfraquecedor da legislação ambiental enquanto a população brasileira enfrentava a Covid, acusado de tráfico internacional de madeira pela PF, sem qualquer reconhecimento como ambientalista ou técnico nesta área, onde é um verdadeiro PICARETA.
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