Folha de S. Paulo
[Resumo] A transição dos Estados Unidos em direção a uma
democracia multirracial, marcada pela universalização de direitos individuais
básicos, está ameaçada pela radicalização do Partido Republicano, que abandonou
o compromisso com as regras do jogo. Autor sustenta que o ressentimento de eleitores
brancos conservadores, que veem a perda do seu status dominante como risco
existencial, e instituições contramajoritárias enviesadas a estados menos
populosos e com poder excessivo explicam por que a democracia do país chegou ao
ponto de ruptura.
A democracia dos Estados Unidos enfrenta hoje uma
ameaça ainda maior que quando escrevemos "Como as Democracias Morrem", há seis
anos. Em 2020, Donald Trump se tornou o primeiro
presidente da história dos EUA a tentar roubar uma eleição e impedir a
transferência pacífica de poder. Porém, ao contrário do que aconteceu no
Brasil, as instituições americanas não conseguiram responsabilizar Trump. Por
isso, ele está concorrendo à Presidência mais uma vez e tem boas chances de
vencer.
Trump tem sido transparente sobre o que tentará fazer se voltar ao poder. Ele nos diz que usará o Departamento de Justiça para investigar e processar seus rivais, perseguirá a imprensa independente, usará o Exército para reprimir protestos e ordenará a deportação de 15 a 20 milhões de pessoas.
Apoiadores de Donald Trump assistem, em West Palm Beach, na
Flórida, ao debate com Kamala Harris - Giorgio Viera - 10.set.24/AFP
Nosso novo livro tenta entender por que a democracia americana
chegou ao ponto de ruptura. Argumentamos que os EUA estão passando por uma
transição inédita —uma transição para uma democracia verdadeiramente
multirracial na qual uma maioria branca cristã, anteriormente dominante, está
perdendo seu status dominante. Isso desencadeou uma reação autoritária entre
uma minoria de americanos.
Isso, no entanto, não é tudo: a Constituição exacerbou o problema
ao dar poder a essa minoria autoritária. Vejamos cada um desses problemas.
A democracia americana está em crise porque um dos seus dois
principais partidos não está mais comprometido com as regras do jogo
democráticas. Os partidos que estão comprometidos com a democracia devem fazer
três coisas. Em primeiro lugar, devem aceitar os resultados das eleições,
ganhando ou perdendo. Em segundo lugar, devem rejeitar inequivocamente o uso da
violência. Em terceiro lugar, devem romper com os extremistas antidemocráticos.
O Partido Republicano violou todos esses
três princípios desde 2020.
Donald Trump não foi apenas o primeiro presidente da história dos
EUA a tentar anular uma eleição, já que a maior parte do Partido Republicano o
apoiou.
Os políticos republicanos também começaram a flertar com a
violência. Trump e seus aliados abraçaram a insurreição de 6 de janeiro como
heróis. Em 2022, o jornal The New York Times encontrou mais de cem anúncios
republicanos em que os candidatos ostentavam ou disparavam armas. Não me lembro
de nenhum outro grande partido em qualquer democracia estabelecida em que os
candidatos abraçam a violência tão abertamente.
Por fim, os republicanos se recusam a romper com as forças
antidemocráticas. Líderes não conseguem matar uma democracia sozinhos —eles
precisam de cúmplices entre os políticos mainstream. Esses são o que o
cientista político Juan Linz chamou de democratas semileais. Eles se parecem
com os políticos comuns, mas diferem na forma como respondem às ameaças
autoritárias em seu próprio campo político.
Quando extremistas antidemocráticos surgem em seu próprio campo,
os democratas leais fazem três coisas: primeiro, condenam publicamente o
comportamento antidemocrático; segundo, expulsam os extremistas
antidemocráticos de suas fileiras, se recusando a indicá-los ou a apoiar suas
candidaturas; terceiro, unem forças com rivais pró-democracia de todo o
espectro político para isolar e derrotar os extremistas antidemocráticos.
Os democratas semileais não fazem nada disso. Em vez de repudiar
publicamente o comportamento antidemocrático em seu próprio campo, eles
minimizam ou justificam esse comportamento —ou simplesmente permanecem em
silêncio. Em vez de expulsar os extremistas antidemocráticos, os toleram ou os
acomodam. O que é crucial, os semileais se recusam a trabalhar com rivais
ideológicos para derrotar os extremistas antidemocráticos, mesmo quando a
democracia está em jogo.
Uma lição evidente dos colapsos democráticos na Europa nos anos
1930 e na América do Sul nas décadas de 1960 e 1970 é
que, quando os principais políticos de centro-esquerda ou centro-direita
flertam ou cooperam com extremistas antidemocráticos, as democracias têm
problemas.
A semilealdade está agora disseminada no Partido Republicano.
Os líderes republicanos sabiam que Trump havia perdido a eleição
de 2020 e muitos deles estavam preocupados com seu comportamento
antidemocrático às vésperas do 6 de Janeiro, mas eles viabilizaram a invasão do
Capitólio mesmo assim. Eles o protegeram ao recusar o impeachment e a
condenação de Trump, bloquearam a criação de uma comissão independente para
investigar a insurreição de 6 de janeiro e são quase unânimes em apoiar sua
candidatura presidencial neste ano.
Por que isso está acontecendo? Por que um partido dominante como o
Republicano poderia se afastar da democracia? Argumentamos que se trata de uma
reação à democracia multirracial.
O primeiro obstáculo: o ressentimento branco
Para a democracia funcionar, os partidos políticos precisam ser
capazes de tolerar a derrota. Isso geralmente acontece quando acreditam que têm
chance de ganhar no futuro e que a derrota não trará consequências desastrosas.
Contudo, quando os partidos ou seus apoiadores percebem que a derrota
representa uma ameaça existencial, eles se radicalizam e, muitas vezes, se
voltam contra a democracia.
No capítulo 3 do nosso livro, mostramos como isso aconteceu com a
virada autoritária dos democratas sulistas durante a reconstrução pós-Guerra
Civil, o primeiro experimento dos EUA com a democracia multirracial que trouxe
uma ampla emancipação dos negros.
Os afro-americanos eram maioria ou quase maioria na maior parte
dos estados do Sul. A emancipação deles, portanto, aterrorizou os democratas e
seus apoiadores. O sufrágio dos negros não só ameaçava o domínio eleitoral dos
democratas do Sul como também ameaçava toda a ordem racial.
Para muitos sulistas brancos, isso parecia uma ameaça existencial:
eles se lançaram à violência e ao autoritarismo. Como declarou um democrata da
Carolina do Norte: "Não podemos superar os negros numericamente. Então,
temos que superá-los trapaceando, somando mais votos ou atirando neles".
Foi isso o que fizeram.
Os democratas usaram o terror da violência e a fraude eleitoral
para tomar o poder em todo o Sul. Em seguida, se entrincheiraram no poder por
meio do registro de eleitores condicionado ao pagamento de impostos, de testes
de alfabetização e de outras medidas para acabar com o direito de voto dos
afro-americanos. Sem aceitar a derrota, os democratas eliminaram o direito ao
voto de quase metade da população, dando início a quase um século de governo
autoritário no Sul.
Tememos que algo semelhante esteja acontecendo com o Partido
Republicano hoje.
As raízes desse fenômeno estão nas reformas por direitos civis da
década de 1960, a segunda experiência dos EUA com a democracia multirracial. A
revolução dos direitos civis gerou uma boa dose de ressentimento entre os
eleitores brancos, principalmente no Sul, onde eram majoritariamente
democratas. O Partido Republicano era minoritário na década de 1960, mas o
ressentimento branco a respeito dos direitos civis criou uma oportunidade de
expansão da sua base.
Os políticos republicanos calcularam que, se conseguissem
conquistar os eleitores brancos revoltados, poderiam se tornar o partido
majoritário e, durante uma geração, apelaram para o ressentimento branco.
Começando com Goldwater na década de 1960 e continuando com Nixon
e Reagan, os republicanos miraram em eleitores brancos cristãos conservadores.
Funcionou. Os sulistas brancos deixaram de ser majoritariamente democratas e
passaram a ser majoritariamente republicanos.
O Partido Republicano virou o partido dos cristãos brancos. Como o
país ainda era predominantemente branco e cristão nas décadas de 1970 e 1980,
se tornar o partido dos eleitores brancos e cristãos ajudou a fazer do Partido
Republicano majoritário. Os republicanos venceram todas as eleições
presidenciais entre 1968 e 1988, com exceção da eleição do Watergate, em 1976.
A estratégia, no entanto, acabou enfrentando problemas, porque,
enquanto os republicanos se tornavam o partido dos cristãos brancos, o país se
tornava menos branco e menos cristão. A porcentagem de americanos que se
identificavam como brancos e cristãos caiu de 80% em 1976 para 43% em 2016.
Isso representou uma grave ameaça eleitoral para os republicanos.
Ficou cada vez mais difícil para um partido esmagadoramente branco e cristão
conquistar maiorias nacionais no século 21. Os republicanos não vencem no voto
popular para presidente desde 2004. Em 1980, Ronald Reagan recebeu 55% dos
votos dos brancos e transformou isso em uma vitória avassaladora. Em 2012, Mitt
Romney obteve 59% dos votos dos brancos, mas mesmo assim perdeu a eleição.
Quando os republicanos perceberam que estavam vencendo entre os brancos mas
perdendo no voto popular, começaram a entrar em pânico.
O problema, porém, ia além de perder eleições. Para grande parte
da base republicana, a transição dos EUA para a democracia multirracial parecia
uma ameaça existencial. Os cristãos brancos não eram um grupo qualquer. Durante
dois séculos, eles ocuparam o primeiro escalão das hierarquias sociais,
econômicas, políticas e culturais: eram os políticos, os juízes, os CEOs, os
reitores das universidades, os editores de jornais e as celebridades da TV.
Até meados da década de 1980, todos os presidentes e
vice-presidentes, todos os presidentes da Câmara, líderes da maioria no Senado,
presidentes da Suprema Corte, governadores, CEOs da Fortune 500 e todas as Miss
América eram brancos.
Tudo isso está acabando rapidamente agora, bem diante de nossos
olhos. O número de políticos negros e latinos do Congresso mais que
quadruplicou: de 28 em 1980 para 114 hoje. Pela primeira vez na história, a
porcentagem de afro-americanos no Congresso agora é igual à porcentagem de
afro-americanos na população em geral. Em 1965, todos os nove ministros da
Suprema Corte eram homens brancos. Hoje, apenas quatro dos nove são homens
brancos, e só seis dos nove são brancos.
A mudança vai além da política. Vemos isso na presença cada vez
maior de famílias não brancas e multirraciais em anúncios, na televisão e nos
filmes. Vemos isso na crescente rejeição social a atos racistas (pense nos
protestos do Black Lives Matter) e nas contestações cada vez maiores (em
Redações e salas de aula) a narrativas históricas que minimizam ou ignoram o
passado racista dos EUA.
Esses passos em direção à democracia multirracial são
essencialmente liberais: eles universalizam os direitos individuais básicos. A
ideia de que indivíduos de todas as raças devem ter acesso igual ao Estado, ser
igualmente protegidos pelo Estado e não ser desproporcionalmente perseguidos,
encarcerados ou mortos pelo Estado não poderia ser mais liberal. Desprezar as demandas por direitos iguais como
"identitarismo" é, além de enganoso, vergonhoso.
Estamos testemunhando um golpe sem precedentes nas hierarquias
raciais dos EUA, mas, quando seu grupo está no topo de uma hierarquia social há
250 anos, contestações a essa hierarquia podem parecer uma ameaça. Perder o
status social dominante é um acontecimento importante e pode gerar uma sensação
de risco existencial. Muitos eleitores de Trump sentem que estão perdendo seu
país: eles sentem que o país em que cresceram está sendo tomado deles.
Essa sensação de perda tem impulsionado muitos republicanos comuns
em direção ao extremismo. Em uma pesquisa realizada em 2021, 56% dos
republicanos concordaram com a afirmação de que "o modo de vida
tradicional americano está desaparecendo tão rapidamente que talvez seja
preciso usar a força para salvá-lo".
O segundo obstáculo: instituições contramajoritárias
A radicalização dos republicanos representaria uma ameaça menor se
os EUA fossem como outras democracias, em que as maiorias eleitorais governam.
O trumpismo nunca representou a maioria dos americanos.
De fato, pela primeira vez na história, a maioria dos americanos
abraça os princípios básicos da democracia multirracial no século 21. A maioria
apoiou os protestos do Black Lives Matter em 2020. Mais de 60% dos americanos
concordam com a afirmação de que a crescente diversidade social torna os EUA um
lugar melhor para se viver. Uma pesquisa recente revelou que mais de 60% acha
que escolas devem ensinar às crianças a história do racismo nos EUA, mesmo que
isso as deixe desconfortáveis.
Isso é muito importante: pela primeira vez, no século 21, os EUA
têm uma maioria democrática multirracial. Essa maioria democrática
multirracial, contudo, se lançou contra algumas das instituições
contramajoritárias mais poderosas do mundo.
É importante dizer que algumas instituições contramajoritárias são
essenciais para a democracia. A democracia moderna exige a proteção dos
direitos das minorias. Como disse o ex-ministro da Suprema Corte Robert
Jackson, alguns domínios devem estar "fora do alcance das maiorias".
Dois domínios em particular devem permanecer fora do alcance das
maiorias. O primeiro são os direitos civis: o direito ao voto, a liberdade de
expressão e a liberdade de associação devem ser protegidos dos impulsos da
maioria.
Um segundo domínio que deve estar fora do alcance das maiorias é o
próprio processo democrático. Os governos eleitos não podem usar as maiorias
populares ou parlamentares para se entrincheirar no poder, aprovando leis que
enfraqueçam os oponentes ou prejudiquem a competição justa, por exemplo.
Esse é o tipo de tirania da maioria que vimos na Venezuela e na
Hungria. Precisamos de mecanismos para proteger o sistema democrático de
maiorias que o subverteriam.
Os direitos civis e o direito à competição justa são direitos
essenciais das minorias. É por isso que precisamos da Declaração de Direitos
dos EUA, do Judiciário independente e de barreiras relativamente altas para
reformas constitucionais.
Muitas instituições contramajoritárias, porém, não são essenciais
para a democracia. Lembre-se: as democracias devem dar poder às maiorias.
Portanto, assim como alguns domínios devem ser colocados fora do alcance das
maiorias, outros devem permanecer ao seu alcance.
As eleições são um deles. Aqueles com mais votos devem prevalecer
sobre aqueles com menos votos no processo que determina os ocupantes de cargos
políticos —nenhuma teoria de democracia liberal justifica qualquer outro
resultado.
Outro domínio que deve permanecer ao alcance das maiorias é a
legislação: as maiorias eleitorais devem ser capazes de governar. Uma minoria
legislativa não deve poder vetar leis apoiadas pela maioria. As instituições
que impedem que as maiorias eleitorais ganhem ou governem não são essenciais.
Na verdade, são antitéticas à democracia.
Acontece que os EUA têm um número incomum de instituições
contramajoritárias antidemocráticas: o Colégio Eleitoral, um Senado com
representação extremamente desproporcional, a obstrução
("filibuster") no Senado e uma Suprema Corte com grandes poderes e
composta de ministros com mandato vitalício.
Essas instituições começaram a subverter a democracia dos EUA. As concessões
outorgadas a estados escravocratas e pequenos na Convenção Constitucional de
1787 criaram um viés no nosso sistema político —territórios poucos populosos
têm representação excessiva. O Colégio Eleitoral os favorece, o Senado os
favorece fortemente e, como o Senado aprova os indicados para a Suprema Corte,
a Suprema Corte também é enviesada na direção dos estados pouco populosos.
Esse viés rural sempre existiu, mas nunca favoreceu seriamente um
partido porque, durante a maior parte da nossa história, os dois principais
partidos tinham ramificações urbanas e rurais. Hoje, porém, os partidos estão
divididos entre áreas urbanas e rurais, com os democratas estabelecidos em
centros metropolitanos e os republicanos em cidades pequenas e na zona rural.
Isso dá aos republicanos uma vantagem no Colégio Eleitoral, no Senado e na
Suprema Corte.
Os republicanos ganharam no voto popular para presidente apenas
uma vez desde 1988 e, no entanto, ocuparam a Presidência durante a maior parte
do século 21. A maioria popular não foi suficiente para Joe Biden vencer em 2020. O presidente
teve de ganhar no voto popular por pelo menos quatro pontos percentuais —se
tivesse ganhado por dois pontos, como Lula, Trump teria sido reeleito (Kamala Harris enfrenta o mesmo
problema neste ano).
O Senado tem uma distorção semelhante. Mesmo que os democratas
alcancem 51% ou 52% do voto popular, os republicanos controlarão o Senado. Os
democratas venceram a votação popular em todos os ciclos de seis anos desde
2000, mas os republicanos controlaram o Senado por quase metade desse período.
Em 2016, os democratas ganharam no voto popular para a Presidência
e o Senado e, mesmo assim, os republicanos ocuparam a Presidência e controlaram
o Senado.
O governo da minoria é um problema exclusivamente americano. Em
nenhuma outra democracia estabelecida as minorias partidárias podem impedir as
maiorias eleitorais tão consistentemente quanto nos EUA. Por que isso acontece?
O excesso de contramajoritarismo era muito comum. A Europa tinha
muitas instituições antidemocráticas no século 19 —monarquias, eleições
indiretas e órgãos legislativos não eleitos ou com representação
desproporcional. Com o passar do tempo, no entanto, outras democracias se
desfizeram gradualmente de suas instituições pré-democráticas.
A Grã-Bretanha enfraqueceu a Câmara dos Lordes, retirando-lhe o
poder de veto. Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia e Portugal eliminaram suas
câmaras altas não democráticas. Alemanha, Áustria e Bélgica democratizaram seus
Senados, os tornando mais proporcionais à população. A Grã-Bretanha, o Canadá,
a Austrália, a França e outras democracias estabeleceram regras que permitem
que maiorias simples encerrem o debate parlamentar (portanto, não há obstrução
por parte da minoria). Todas as democracias europeias e latino-americanas
estabeleceram limites de mandato ou idade de aposentadoria para ministros das
Cortes Supremas.
Todas as demais democracias presidencialistas do mundo se livraram
de seus colégios eleitorais. A Argentina foi a última, em 1994.
Portanto, outras democracias se tornaram mais democráticas nos
últimos cem anos, eliminando instituições dos séculos 18 e 19 que permitiam que
as minorias impedissem sistematicamente a ação das maiorias. Somente os EUA
mantiveram a maioria de suas instituições pré-democráticas.
Democratizar a democracia dos EUA
Os EUA são a única democracia presidencial do mundo com um colégio
eleitoral. Temos o Senado com representação mais desproporcional do mundo, com
exceção da Argentina e do Brasil.
Nenhuma outra democracia permite que uma minoria do Congresso vete
rotineiramente uma legislação regular apoiada pela maioria, e os EUA são a
única democracia estabelecida em que ministros da Suprema Corte têm mandatos
realmente vitalícios —todas as demais têm limites de mandato ou idade de
aposentadoria obrigatória.
Precisamos democratizar a democracia americana.
No livro, propomos 15 reformas que dariam poder às maiorias e
contribuiriam para deter o governo das minorias, incluindo o registro
automático de eleitores, a abolição do Colégio Eleitoral, o fim do
"filibuster", um Senado mais proporcional e limites de mandato para
os ministros da Suprema Corte.
Essas não são reformas radicais —simplesmente colocariam os EUA em
linha com outras democracias—, mas são importantes porque, se não tomarmos
medidas para fortalecer a maioria democrática multirracial do país, seremos
governados por uma minoria autoritária.
Os EUA estão em uma encruzilhada. Ou seremos uma democracia multirracial no século 21 ou não seremos uma democracia. Ambos os caminhos estão diante de nós e não há como voltar atrás.
5 comentários:
Por mais que a imprensa queira o americano não vai voltar na radical democrata de esquerda a Kamila Harris Por mais que vocês demonizem o Trump ele irá ganhar a eleição
Sim, o GOLPISTA americano não vai voltar ... ao Poder. Viva a "Kamila"!
A democracia dos EUA é na verdade uma PSEUDOdemocracia. Quem tem mais votos não vence a eleição... E isto não é piada de português.
Excelente, magnífico!
Não é uma democracia.
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