Folha de S. Paulo
PSD de Kassab fez mais prefeituras, mas joga
um jogo diferente do de Lula e Bolsonaro, que não foram bem
Para lideranças político-partidárias
como Lula, Jair
Bolsonaro e Gilberto
Kassab, o que significa vencer as eleições municipais?
Basta empilhar corridas em que teve êxito ou é necessário emplacar candidatos
que de fato as representem?
Eu diria que as duas coisas importam,
apresentam diferentes graus de dificuldade e atendem a objetivos diversos.
Pelo critério do acúmulo de vitórias, o PSD de Kassab é o campeão. O partido fez 891 prefeituras. O PL de Bolsonaro ficou com 517 (5º lugar), e o PT, 252 (9º lugar).
Não dá para brigar com os números, mas
tampouco dá para deixar de reparar que as lideranças jogaram jogos diferentes.
Kassab não tem pretensões ideológicas. Atraiu para sua sigla, via
transferências, tantos prefeitos quantos pôde. Fez uma razia sobre os despojos
do PSDB.
Em novembro de 2023, o PSD contava com 968
prefeituras, como mostrou reportagem do Poder360. Ou seja, o partido
"venceu" mesmo tendo perdido prefeituras em relação ao que tinha
antes do pleito.
Isso serve aos objetivos de Kassab. Partidos que vão bem em municipais tendem a
ir bem no pleito para a Câmara federal dois anos depois. E ir bem na Câmara
significa ter acesso a mais verbas dos fundos partidário e eleitoral e a mais
poder, num contexto em que o Legislativo abocanha nacos maiores do Orçamento.
Lula e Bolsonaro se preocuparam menos com a
Câmara e mais com a próxima disputa presidencial. Tentaram vencer em praças
simbolicamente relevantes e com candidatos ideologicamente próximos. Não se
saíram bem nessa tarefa. Lula ainda teve a prudência de sumir das campanhas
para não se envolver tão diretamente nas derrotas. Já Bolsonaro atravessou
várias ruas para escorregar na proverbial casca de banana do outro lado.
Em Curitiba, ele abandonou o candidato que se
sagraria vitorioso no segundo turno para abraçar a
perdedora. Em Goiânia, brigou com um
governador aliado (Ronaldo
Caiado) apenas para assistir in loco à derrota de seu pupilo. Em São
Paulo, suas hesitações mostraram impotência (brochabilidade, em bom bolsonarês)
diante do fenômeno Pablo Marçal.
3 comentários:
Resumindo, a Direita teve uma vitória acachapante. Como disse Marçal, ela não tem dono. O próprio Marçal experimentou isso. Mesmo não apoiando Nunes, seus votos foram para o prefeito de turno.
Precisamos superar essa fase de direita e esquerda.
Como dizia o slogan da campanha Clinton: " É a economia, estupido!
Se ela vai bem, o restante não precisa funcionar muito bem. Nos EUA, a democracia tem imperfeições, voto indireto para presidente, colégio eleitoral, mas ninguém pensa em mudanças. Lá, na prática, só existem 2 partidos, mas ninguém reclama da tal polarização.... Why?
Eles tem o maior PIB, são os maiores exportadores,etc
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