DEU EM O GLOBO
"Quem escolhe o presidente do banco e sua diretoria é o presidente da República"
Gilberto Scofield Jr.
SÃO PAULO. Em visita à Feira Internacional de Supermercadistas, na Zona Norte da capital, o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, buscou detalhar sua posição em relação à autonomia do Banco Central (BC) e à queda nas taxas de juros, explicitada mais cedo em entrevista à rádio CBN. Serra afirmou que é possível calibrar melhor as taxas de juros se houver mais sintonia e diálogo entre o Planalto e o BC. E, para ele, a sintonia é possível quando o presidente do BC é indicado pelo presidente da República, bem como a diretoria do banco.
Sem citar nomes, Serra dá uma sutil alfinetada na relação entre Henrique Meirelles, que, desde janeiro de 2003, é presidente do BC por decisão do presidente Lula. Os críticos do governo afirmam que Lula foi obrigado a buscar na oposição Meirelles foi eleito em 2002 deputado federal por Goiás pelo PSDB, filiando-se mais tarde ao PMDB e na ortodoxia ele se aposentou em 2002 após carreira no Bank of Boston um nome que acalmasse o mercado, temeroso de uma mudança radical na economia. No governo de Fernando Henrique Cardoso, Serra era um dos maiores críticos da política de juros elevados de Pedro Malan e Gustavo Franco, que presidiram o BC.
Quem escolhe o presidente do BC e sua diretoria é o presidente da República. Então, ele vai escolher alguém que tenha uma razoável proximidade. Não vejo relação conflituosa nisso. O BC deve ter autonomia para seu trabalho, mas dentro de certos parâmetros, que são os interesses para a estabilidade de preços e o desenvolvimento da economia nacional disse ele.
Juros mais altos do mundo
O pré-candidato tucano afirmou considerar que o BC trabalha direito, mas que precisa ter um acompanhamento. E que isso acontece em todos os países, sem sobressaltos.
O cargo de presidente do BC é de confiança do presidente da República, o que é uma premissa de diálogo permanente.
Nós vamos fazer uma gestão eficiente, voltada para os interesses nacionais, sem sobressaltos.
disse, explicando como o governo faria para baixar os juros, considerados por ele os mais altos do mundo, entra governo e sai governo, independentemente das decisões do BC.
Ainda assim, Serra deixou no ar que o BC precisa de reformas se quiser ser mais independente.
O modelo de independência Federal Reserve (FED, o Banco Central dos EUA) implicaria profunda reforma das funções do BC do Brasil. Por exemplo: por que aqui a fiscalização dos bancos é dentro do BC? Lá, o presidente do FED tem interlocução constante com o governo, o Ministério das finanças disse, reafirmando que não considera o BC brasileiro a Santa Sé.
Perguntado se havia se irritado com a pergunta sobre o BC, feita na manhã de ontem pela colunista do GLOBO Míriam Leitão, Serra minimizou a polêmica e culpou o horário pelo episódio:
"Quem escolhe o presidente do banco e sua diretoria é o presidente da República"
Gilberto Scofield Jr.
SÃO PAULO. Em visita à Feira Internacional de Supermercadistas, na Zona Norte da capital, o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, buscou detalhar sua posição em relação à autonomia do Banco Central (BC) e à queda nas taxas de juros, explicitada mais cedo em entrevista à rádio CBN. Serra afirmou que é possível calibrar melhor as taxas de juros se houver mais sintonia e diálogo entre o Planalto e o BC. E, para ele, a sintonia é possível quando o presidente do BC é indicado pelo presidente da República, bem como a diretoria do banco.
Sem citar nomes, Serra dá uma sutil alfinetada na relação entre Henrique Meirelles, que, desde janeiro de 2003, é presidente do BC por decisão do presidente Lula. Os críticos do governo afirmam que Lula foi obrigado a buscar na oposição Meirelles foi eleito em 2002 deputado federal por Goiás pelo PSDB, filiando-se mais tarde ao PMDB e na ortodoxia ele se aposentou em 2002 após carreira no Bank of Boston um nome que acalmasse o mercado, temeroso de uma mudança radical na economia. No governo de Fernando Henrique Cardoso, Serra era um dos maiores críticos da política de juros elevados de Pedro Malan e Gustavo Franco, que presidiram o BC.
Quem escolhe o presidente do BC e sua diretoria é o presidente da República. Então, ele vai escolher alguém que tenha uma razoável proximidade. Não vejo relação conflituosa nisso. O BC deve ter autonomia para seu trabalho, mas dentro de certos parâmetros, que são os interesses para a estabilidade de preços e o desenvolvimento da economia nacional disse ele.
Juros mais altos do mundo
O pré-candidato tucano afirmou considerar que o BC trabalha direito, mas que precisa ter um acompanhamento. E que isso acontece em todos os países, sem sobressaltos.
O cargo de presidente do BC é de confiança do presidente da República, o que é uma premissa de diálogo permanente.
Nós vamos fazer uma gestão eficiente, voltada para os interesses nacionais, sem sobressaltos.
disse, explicando como o governo faria para baixar os juros, considerados por ele os mais altos do mundo, entra governo e sai governo, independentemente das decisões do BC.
Ainda assim, Serra deixou no ar que o BC precisa de reformas se quiser ser mais independente.
O modelo de independência Federal Reserve (FED, o Banco Central dos EUA) implicaria profunda reforma das funções do BC do Brasil. Por exemplo: por que aqui a fiscalização dos bancos é dentro do BC? Lá, o presidente do FED tem interlocução constante com o governo, o Ministério das finanças disse, reafirmando que não considera o BC brasileiro a Santa Sé.
Perguntado se havia se irritado com a pergunta sobre o BC, feita na manhã de ontem pela colunista do GLOBO Míriam Leitão, Serra minimizou a polêmica e culpou o horário pelo episódio:
Não fiquei incomodado. É que a entrevista aconteceu de manhã, quanto até o tom de voz da gente muda. Sou grande admirador da Míriam Leitão, leio sua coluna todo dia, mas o que vocês querem? Que às 8h da manhã eu chegue sorrindo como eu chego aqui?
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