sábado, 16 de abril de 2011

Inflação de emergente preocupa

O crescimento da inflação na China e na Índia ameaça a recuperação global. Há o receio de que medidas desses países contra a alta de preços reduzam a demanda dos países desenvolvidos.

Nos 12 meses fechados em março, os preços ao consumidor na China subiram 5,4%, a maior taxa desde 2008. Na Índia, a inflação passou de 8,3% em fevereiro para quase 9%.

Inflação de emergentes é ameaça à reação global

Superaquecimento da economia leva países a endurecer sua política fiscal

FMI vai avaliar até que ponto aperto feito na Índia e na China pode causar desequilíbrio no comércio mundial

"Financial Times"

Dados divulgados ontem indicam que a inflação está crescendo na China e na Índia, destacando a ameaça à recuperação econômica global, diante do superaquecimento dos mercados emergentes e da alta dos preços das commodities.

Os preços ao consumidor na China subiram 5,4% em março, no acumulado de 12 meses -a maior alta desde 2008. Na Índia, a inflação foi de quase 9% em março, ante 8,3% em fevereiro.

Diante desses resultados, os emergentes estão endurecendo sua política fiscal, reduzindo, assim, uma fonte importante de demanda para as economias avançadas -que já enfrentam dificuldades por causa do desemprego e de cortes fiscais.

Responsáveis pelas políticas econômicas acreditam que o desequilíbrio é exacerbado pela ausência de coordenação de políticas.

Nos próximos meses, o Fundo Monetário Internacional vai avaliar até que ponto as políticas dos emergentes contribuem para o desequilíbrio comercial global e vai sugerir mudanças, como uma maior flexibilidade da moeda chinesa.

Julian Jessop, economista-chefe da Capital Economics, de Londres, disse que a inflação da China é movida pelos preços dos alimentos.

"O caso da Índia é um pouco diferente", disse. "Isso é visível nos números da inflação de base, que vêm subindo quase tão rapidamente quanto a inflação total."

As pressões exercidas pelos preços das commodities também são visíveis na Europa, onde o índice de inflação de março passou para 2,7%, o mais alto em dois anos, e nos EUA, que também viu alta de 2,7% no índice total de preços ao consumidor.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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