O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resumiu o escândalo que atinge o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, como "palavras ao vento".
José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil de Lula, saiu da toca uma semana depois para dizer que se trata de uma "crise forjada".
Os cinco governadores do PT se reuniram e desdenharam: é tudo um jogo político da oposição.
O presidente do Conselho de Ética, Sepúlveda Pertence, de bela biografia, não estranhou nada na evolução patrimonial do ministro.
O procurador da República, Roberto Gurgel, primeiro disse que não havia o que apurar e depois encaminhou umas perguntas para Palocci. Aguarda a resposta.
E Dilma? Continua calada, enquanto os petistas, que subiram na vida apontando o dedo na cara dos outros, cuidavam de fechar as brechas contra Palocci.
Do outro lado, o presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, acha "muita coincidência" Palocci ganhar tudo o que ganhou justamente quando ganhou. E os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB), Álvaro Dias (PSDB), Demóstenes Torres (DEM) e Ana Amélia (PP) pedem o afastamento de Palocci até explicar as coisas. PSDB, DEM, PPS e PSOL tentam uma CPI. Dependem de dissidentes como Jarbas e Ana.
A estratégia do governo vai dando certo: bate pé na versão de "jogo político", enquanto distrai a plateia com o antidebate da regulamentação do lobby e da criminalização de patrimônios esquisitões de funcionários. Cortinas de fumaça.
As versões se fortalecem, os fatos se enfraquecem. Palocci ganhou pelo menos R$ 20 milhões no ano eleitoral com uma empresa de um funcionário só, R$ 10 milhões deles já como chefe da transição de Dilma e virtual todo-poderoso.
Ele não explica que fantástica consultoria era essa, nem para quem. Mas, se os fatos não correspondem à versão que interessa ao governo, danem-se os fatos.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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