A inflação anualizada nos 17 países da zona do euro subiu para 3% em setembro, segundo os dados da Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.
O novo valor supera em um ponto percentual a meta fixada pelo Banco Central Europeu. Já prevista por analistas, a alta é a maior desde outubro de 2008, auge da crise.
Em Paris, reunião preparatória para a Cúpula do G-20 dividiu-se sobre os recursos para o FMI. EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália rejeitaram mais dinheiro para ajudar países do euro
Zona do euro tem maior inflação em 3 anos
Economistas, porém, dizem que alta é temporária, e otimismo sobre acordo contra a crise faz as Bolsas subirem
Mercado espera uma "resposta decisiva" da UE; bancos podem ser recapitalizados "à força", diz ministro
A inflação anualizada nos 17 países da zona do euro subiu para 3% no mês passado, segundo os dados divulgados pela Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.
Embora o aumento da taxa fosse previsto pelos economistas, ela é a mais alta desde outubro de 2008 -período em que a crise financeira global estava no auge- e supera em um ponto percentual a meta fixada pelo Banco Central Europeu, de 2%.
Isso significa menor margem de manobra para instrumentos de estímulo a uma economia já em dificuldades, como o corte de juros.
Na comparação mensal (setembro sobre agosto), o crescimento foi de 0,8%. Contando os 27 países da União Europeia, a inflação anualizada subiu 3,3% no mês passado, ante os 2,9% registrados em agosto.
A alta do custo de vida na zona do euro foi impulsionada por transportes (devido à alta nos preços dos combustíveis) e moradia, que subiram respectivamente 5,9% e 5%. No entanto, analistas acreditam que o índice tende a cair nos próximos meses.
Além disso, o otimismo em relação a um acordo contra a crise europeia, aliado aos bons resultados do varejo dos EUA em setembro, fez os mercados fecharem em alta.
O índice Standard & Poor"s 500, que reúne 500 grandes empresas com ações na Bolsa de Nova York, registrou seu maior ganho semanal desde julho de 2009 (6%).
"Atualmente, o mercado está fazendo negócios na esperança de que haja uma resposta decisiva à crise europeia por parte dos formuladores de políticas", afirmou o consultor Jens Nordvig.
Desde ontem, os ministros de Finanças do G20 estão reunidos em Paris para discutir medidas a serem apresentadas no próximo encontro de cúpula da União Europeia.
Dias 3 e 4 de novembro, os líderes do G20 se reúnem em Cannes. O presidente dos EUA, Barack Obama, telefonou ontem à chanceler alemã, Angela Merkel, para discutir a crise e os preparativos da reunião.
RECAPITALIZAÇÃO
O líder dos ministros de Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, afirmou que alguns bancos europeus têm de ser recapitalizados "pela força", se necessário.
A recapitalização envolve tanto injeção de dinheiro público como governos nacionais assumindo o controle das instituições. Ontem, a Standard & Poor"s rebaixou a nota do banco francês BNP Paribas.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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