Mas houve aumento na autorização para gastos de R$12,2 bilhões ainda este ano
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. Na quinta e última avaliação bimestral do Orçamento de 2011, o governo reduziu ontem de 4,5% para 3,8% a previsão oficial de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - variação real, descontada a inflação -, aproximando-se mais das estimativas do mercado. O último boletim Focus apontou um crescimento econômico de 3,16% este ano. Além disso, o governo aumentou a previsão da inflação, que passou de 4,5% - centro da meta do ano - para 6,4%.
Mesmo com um ritmo da atividade mais lento, o aumento na arrecadação ao longo de 2011 permitiu ao governo anunciar uma ampliação na autorização de gastos, ainda para este ano, de R$12,2 bilhões. Essa foi a primeira liberação de gastos da gestão Dilma Rousseff. No início do ano, o governo fez um contingenciamento recorde das despesas, de R$50,6 bilhões.
Em setembro, na avaliação anterior, o governo havia anunciado um aumento das receitas de R$10 bilhões, mas destinou todos os recursos para ampliar o superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida). Agora, o governo anunciou apenas a ampliação dos empenhos (promessa de pagamento futuro) em R$12,2 bilhões, sem mencionar o superávit.
Como faltam 40 dias para o fim do ano, os recursos autorizados não serão gastos realmente, indo para os chamados restos a pagar (pagamentos que ficam de um ano para ou outro) de 2012. No documento divulgado ontem pelo Ministério do Planejamento, o governo diz que o aumento na receita permitiu essa liberação de verbas. A redução do crescimento econômico acompanha o cenário internacional, em especial as turbulências na Europa. Nas avaliações anteriores, o governo havia mantido o crescimento em 4,5% do PIB.
PIB foi projetado em R$4,08 trilhões este ano
O PIB nominal de 2011 ficou projetado em R$4,08 trilhões, contra R$4,1 trilhões na avaliação anterior. A receita total da União, sem descontar as transferências constitucionais a estados e municípios, mostra um crescimento de R$11,7 bilhões. Já a receita líquida (descontadas as transferências constitucionais) teve um acréscimo de R$11,9 bilhões na previsão.
O boletim mostra um aumento de despesas como abono e seguro-desemprego, pagamento de sentenças judiciais e benefícios de prestação continuada. Em contrapartida, há uma queda de R$2,2 bilhões no déficit da Previdência.
FONTE: O GLOBO
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