Presidente considera inconsistentes denúncias contra Bezerra e decide prestigiar titular da Integração
Foco da primeira crise do governo federal em 2012, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, disse que teve uma "boa e longa conversa" com a presidente Dilma Rousseff e que recebeu o apoio dela para manter-se no cargo. Na quinta-feira, o ministro deverá comparecer a audiência no Congresso para explicar supostas irregularidades.
Ao decidir blindar Bezerra, Dilma escalou o ministro como porta-voz da reunião realizada ontem, no Palácio do Planalto, para criar uma força-tarefa que atuará em áreas de risco de Estados afetados pelas chuvas. Dilma avaliou como inconsistentes as denúncias que apareceram até agora contra Bezerra e não quer comprar briga com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), padrinho do ministro.
Ao voltar a despachar ontem no Planalto, após as férias, a presidente fez questão de demonstrar que Bezerra continua tendo a sua confiança.
– Se não contasse com a confiança e o apoio da presidenta Dilma eu não estaria nessa solenidade – afirmou o ministro durante entrevista coletiva.
Bezerra está envolvido em suspeitas de favorecimento ao seu Estado, Pernambuco, e também ao seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), que teve todas as emendas destinadas à pasta liberadas. Ele responde ainda sobre suspeitas de irregularidades cometidas em Petrolina. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo de ontem revelou que o ministro utilizou recursos públicos para comprar um mesmo terreno duas vezes, quando era prefeito da cidade.
Em nota, Bezerra negou ter havido irregularidade. Segundo ele, um equívoco levou a prefeitura a comprar pela segunda vez o mesmo imóvel. A primeira aquisição do terreno, em 1996, não foi registrada em cartório pelo governo subsequente. A área serviria para abrigar um aterro sanitário.
– Estamos tranquilos que nenhuma dessas denúncias irá prosperar, porque nunca prosperou uma denúncia em relação a minha pessoa e nunca tive nenhuma conta rejeitada em toda minha vida pública – disse Bezerra.
As suspeitas
Os integrantes da comissão representativa do Congresso querem explicações do ministro sobre três questões:
- A transferência para seu Estado, Pernambuco, de 90% dos recursos da sua pasta destinados a evitar os estragos provocados pelas enchentes
- A denúncia de que burlou a Lei do Nepotismo, ao manter seu irmão Clementino Coelho na presidência interina de uma estatal por quase um ano
- O suposto favorecimento de seu filho, deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), na distribuição de recursos do ministério para emendas parlamentares
FONTE: ZERO HORA (RS)
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