Prefeito ficou reunido com sua equipe até o fim da noite de ontem e grupo decidiu manter a candidatura à reeleição, apesar da pressão do PT. Mais cedo, Maurício Rands anunciou sua desistência e apoio ao senador, como quer a direção do partido.
João da Costa enfrenta o PT
PT x PT
Prefeito reúne estafe político e, em decisão unânime, sua candidatura é mantida, apesar da forte pressão. Hoje, concede entrevista
Bruna Serra
O prefeito João da Costa (PT) resiste. Até quase meia-noite desta quarta-feira esteve reunido com seu grupo político, no escritório do secretário de Governo e Turismo, André Campos, e decidiu enfrentar a Executiva nacional petista mantendo a candidatura à reeleição. A decisão teve o apoio unânime do estafe político que sustenta seu projeto. Ao meio dia de hoje, o prefeito explicará em coletiva o que o leva a não ceder aos apelos da Executiva nacional. Bem antes, à tarde, o deputado Maurício Rands havia desistido da prévia em favor da candidatura do senador Humberto Costa (leia matéria nesta página).
A pressão para que João da Costa deixe a disputa – também em favor de Humberto, candidato imposto pela Executiva nacional em razão da crise no PT em Pernambuco – aumentou muito ontem. Ainda mais quando Rands tirou o time de campo.
João da Costa estava em reunião quando soube que Rands tinha convocado uma coletiva para renunciar à pré-candidatura. Era o primeiro sinal de que, a partir dali, a direção nacional partiria para a cartada final a fim de demovê-lo.
O prefeito, então, apressou-se em chamar seu estafe. O secretário municipal André Campos (PT), o vice-prefeito Milton Coelho (PSB), a primeira-dama Marília Bezerra e o presidente municipal do partido, Oscar Barreto. Queria ouvir a opinião de todos se deveria recuar. Dizem que a resposta unânime foi um sonoro "não". "O cenário hoje (ontem) é de que o prefeito não abre mão. Amanhã (hoje) não sabemos o que pode acontecer. Mas todos nós queremos que ele continue", afirmou André, que já havia feito a defesa, à tarde, em entrevista à Rádio JC/CBN.
Mas não vai ser fácil. Um representante de peso da Executiva nacional dormiu no Recife para não deixar que o prefeito se esqueça das ordens superiores. Secretário nacional de Organização, Paulo Frateschi deu um prazo até amanhã para que João da Costa deixe a disputa "espontaneamente". Está definido que o candidato é Humberto. A ordem é de ninguém menos que o ex-presidente Lula.
Terminado o expediente, o prefeito trancou-se em seu escritório de campanha com a equipe. Especula-se que o debate seja em torno das explicações que serão dadas à militância no pronunciamento de sua decisão. João da Costa jamais afirmará que desistiu, não dirá que recuou. Mas em que termos colocar que a Executiva nacional impôs que ele deixasse o que propagou até hoje como um direito? Essa é a pergunta que até o fechamento dessa edição ainda não tinha resposta.
Intervenção
Responsável por toda articulação que culminou na retirada de Rands da nova prévia, a direção nacional do PT tem agora a missão de agir silenciosamente. O presidente Rui Falcão, orientado pelo ex-presidente Lula e pelo governador Eduardo Campos (PSB), pediu a Paulo Frateschi que aparecesse o mínimo possível no cenário de desistência dos dois pré-candidatos à Prefeitura do Recife.
Por isso, ele não esteve ontem ao lado de Rands na coletiva em que ele anunciou que sairia da disputa em favor de Humberto.
"Não vou comparecer à coletiva porque não quero que pareça que estamos interferindo", afirmou Frateschi ao JC, quando questionado se iria comparecer ao anúncio de Rands.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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