A cinco meses da eleição, o candidato José Serra (PSDB) lidera a corrida pela Prefeitura de São Paulo, com 31% das preferências, de acordo com a primeira pesquisa Ibope para a eleição municipal. Celso Russomanno (PRB) aparece em segundo lugar, com 16%, seguido de Netinho (PCdoB), com 8%, Soninha Francine (PPS), com 7%, Gabriel Chalita (PMDB), com 6%, e Paulinho da Força (PDT), com 5%. Fernando Haddad (PT), o único na lista que nunca disputou eleições, tem 3%. O levantamento ouviu 805 eleitores entre os dias 5 e 7 em pesquisa estimulada, na qual os eleitores declaram a preferência após ler a relação de candidatos
Ibope mostra Serra com 31% na capital; pré-campanhas ainda não surtem efeito
Tucano tem 15 pontos porcentuais sobre segundo colocado, Russomanno, do PRB; petista Haddad aparece com 3% das intenções de voto
Daniel Bramatti
O ex-governador José Serra tem 31% das intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, segundo a primeira pesquisa Ibope feita desde a entradado tucano na corrida eleitoral. O pré-candidato do PSDB está 15 pontos porcentuais à frente de Celso Russomanno (PRB), que aparece com 16%. A disputa pelo terceiro lugar está embolada: Netinho (PC do B, 8%), Soninha (PPS, 7%), Gabriel Chalita (PMDB, 6%) e Paulinho da Força (PDT, 5%) têm menos de três pontos de distância entre si – porcentual que equivale à margem de erro da pesquisa. O petista Fernando Haddad, o único da lista que nunca disputou eleições, tem apenas 3% das intenções de voto. Os números se referem à pesquisa estimulada, aquela na qual os eleitores declaram sua preferência depois de ler a relação de candidatos. Na consulta espontânea, Serra aparece com 11% – é o único com porcentual de dois dígitos. Apesar de os partidos terem antecipado na prática a campanha eleitoral, cujo início formal será apenas em julho, os paulistanos se mostram pouco empolgados com a sucessão e desinformados sobre ela. Quatro em cada cinco eleitores não conseguem indicar espontaneamente seu candidato.
A atual pesquisa do Ibope apresentou resultados semelhantes aos do instituto Datafolha, divulgados em março. Desde então, o quadro ficou praticamente inalterado, apesar do esforço dos partidos e pré-candidatos. Os principais nomes da disputa já contam com assessores de campanha e participam quase todos os dias de eventos nos quais buscam aparecer na mídia e conquistar eleitores – apesar de estarem formalmente proibidos de pedir votos até julho.
Obstáculos. Líder na pesquisa, Serra enfrenta um grau de rejeição superior ao seu porcentual de apoio. Nada menos do que 35% dos entrevistados pelo Ibope afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Haddad, pouco conhecido entre os eleitores, é rejeitado por 12%. O líder nesse quesito é Netinho (38%). Segundo colocado, Russomanno se beneficia do fato de ter um palanque informal em programas da TV Record, controlada pelo bispo Edir Macedo, da Igre-ja Universal do Reino de Deus, à qual o PRB também é ligado.
Segmentos. Serra é o líder isolado entre os eleitores de todas as faixas de renda, com exceção dos mais pobres. Entre os que ganham menos de um salário mínimo, o tucano tem 17% das preferências, o mesmo que Russomanno e quatro pontos a menos que Netinho – outro pré-candi-dato que se lançou na política após ganhar exposição em programas de televisão. Dividindo-se o eleitorado de acordo com o grau de escolaridade, Serra oscila pouco. Na faixa com formação superior, na qual atinge 32%, sua vantagem em relação aos adversários é mais folgada – Soninha (11%), Gabriel Chalita (10%), Russomanno (10%) e Haddad (7%) estão em-bolados a seguir. O Ibope ouviu 805 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões de São Paulo, entre os dias 5 e 7 deste mês. Não é possí vel comparar os resultados com os da pesquisa anterior do instituto, feita em dezembro do ano passado, porque na época o nome de Russomanno não foi incluído entre as opções apresentadas aos entrevistados.
"Partidos vão pesar", afirma ex-governador
O pré-candidato do PSDB, José Serra, afirmou ontem que o cenário retratado pela sondagem do Ibope é preliminar e que o peso dos partidos influenciará a eleição. "É muito cedo para comentar pesquisa. Vai ter muita exposição de todos os candida-tos. Os partidos vão pesar." Questionado sobre o porcentual de intenções de voto de Fernando Haddad (PT), Serra desconversou. "Eu até tenho vontade de comentar, mas não vou." O PT minimizou a estagnação do pré-candidato, apesar da intensiva agenda de compromissos na capital. "A pesquisa Ibope praticamente repete os números do Datafolha, de março, o que sugere que o eleitor ainda não está atento ao processo elei-toral", disse Haddad. O ex-deputado Celso Russomanno (PRB) comemorou a con- solidação na segunda posição. Para ele, a pré-candidatura ainda é pouco conhecida e precisa de divulgação: "A rejeição é baixa e não muda. Mas posso crescer." O pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita, que se apresenta como uma "terceira via", demonstrou otimismo. "A campanha não começou."
Bruno Boghossian, Daiene Cardoso e Felipe Frazão
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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