O índice de atividade econômica medido pelo Banco Central registrou alta de 0,75% em junho, a maior em 15 meses. O IBC-Br mostra que a economia do País dá sinais de recuperação, mas o ritmo de crescimento continua fraco, o que abre espaço para medidas de estímulo ao consumo e investimento. O resultado foi impulsionado, principalmente, pelo corte de impostos do consumo, juros mais baixos e aumento do crédito, que ajudaram as vendas do varejo
PIB do BC indica crescimento de 0,75% em junho, mas ritmo continua fraco
Eduardo Cucolo
BRASILIA - A economia brasileira deu no¬vo sinal de recuperação em ju¬nho, mas continua com ritmo de crescimento fraco, o que abre espaço para mais medidas de estímulo ao consumo e in¬vestimento, como sinalizou on¬tem o governo, e novos cortes de juros, como aposta o merca¬do financeiro. Ontem, o Banco Central divulgou seu índice de atividade econômica, o IBC- Br, que em junho teve a maior alta em comparação ao mês an¬terior no período de 15 meses.
O indicador conhecido como "PIB do BC" mostrou alta de 0,75% em relação a maio. É o me¬lhor resultado desde o 1,47% em março de 2011. Ainda há dúvidas entre os economistas, no entan¬to, sobre a continuidade e a intensidade dessa recuperação.
O resultado de junho foi impul¬sionado, principalmente, pelo corte de impostos do consumo, juros mais baixos e aumento do crédito, que ajudaram as vendas do varejo. O desempenho da in¬dústria, porém, continua fraco.
O economista Sílvio Campos Neto, da Tendências Consulto¬ria, disse que o resultado foi satis¬fatório, mas o crescimento de 0,4% mostrado pelo IBC-Br no segundo trimestre em relação ao primeiro ainda é "bem modes¬to", além de estar abaixo dos 0,6% entre janeiro e março. Ou¬tro dado fraco é o crescimento nos 12 meses até junho, que foi de apenas 1,2%, menos da meta¬de do verificado no final de 2011.
O economista-chefe da corre¬tora Gradual, André Perfeito, destaca que o varejo "disparou" no último trimestre, mas a indús¬tria "afundou". Já o indicador do BC, influenciado pelos números dos dois setores, teve resultado fraco, que indica expansão de apenas 1,8% para 2012.
Economistas do Itaú Uniban¬co também consideram que os sinais de recuperação ainda são "incipientes" e estão muito con¬centrados em setores beneficia¬dos por medidas do governo. Di¬zem ainda que alguns dados de julho, como confiança indus¬trial, vendas de veículos e consu¬mo de energia, não são positivos.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, ava¬liaram que a economia está reagindo aos estímulos e se recupe¬rando dos efeitos da crise. Mas voltaram a dizer que o governo vai anunciar mais medidas.
Juros. O IBC-Br é considerado uma prévia mensal do PIB, que é divulgado a cada três meses pelo IBGE. O dado oficial do PIB no trimestre passado será anuncia¬do no dia 31. No dia anterior, o BC se reúne para decidir se corta a taxa Selic, hoje em 8% ao ano.
A expectativa do mercado é que a taxa caia para 7,5% neste mês, mas alguns analistas, como André Perfeito, avaliam que po¬de chegar a 6% até o fim do ano, pois grande parte das medidas só terão efeito mais claro em 2013. Para a maioria dos analistas, po¬rém, os sinais de recuperação in¬dicam juros maiores no próximo ano.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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