As
sete cidades fluminenses onde haverá segundo turno em 28 de outubro poderão ser
decisivas para as pretensões dos três principais pré-candidatos ao governo
estadual. Apoiado pelo governador Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão (PMDB) tem
aliados disputando em todas as cidades; o senador petista Lindbergh Farias, em
quatro; e o ex- governador Garotinho (PR), em três. Para analistas, quem
triunfar aumentará sua influência no estado e terá mais chances em 2014. Por
isso, os três deverão entrar de cabeça nas campanhas. Em São Paulo, Fernando
Haddad e José Serra visitaram igrejas.
Teste
de forças por 2014
Cabral, Garotinho e
Lindbergh lutam para eleger seus candidatos nas cidades com 2º turno no Rio
Renato Onofre
No dia 28 de outubro,
data do segundo turno das eleições municipais, 2,98 milhões de fluminenses
retornarão às urnas em sete cidades do Estado do Rio para decidir quem
comandará suas prefeituras. A disputa em Belford Roxo, Duque de Caxias,
Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, São Gonçalo e Volta Redonda vai além do
controle político local e pode ser determinante para o xadrez político do
estado em 2014. Os três principais protagonistas políticos - o governador
Sérgio Cabral (PMDB), o senador Lindbergh Farias (PT) e o deputado federal
Anthony Garotinho (PR) - disputam, voto a voto, o segundo turno. O grupo
político liderado pelo governador tem como candidato o vice-governador, Luiz
Fernando Pezão (PMDB), e sai na frente, com candidatos em todas as cidades onde
ainda haverá disputa.
A conta leva em
consideração São Gonçalo, onde o governador teve uma derrota política no
primeiro turno. A candidata do PMDB era a deputada estadual Graças Matos, que
perdeu a vaga no segundo turno para o deputado federal Neiton Muilm (PR), por
pouco mais de três mil votos.
Para não ficar de
fora da disputa no segundo maior colégio eleitoral do estado, com 665 mil
eleitores, Cabral, na última quarta-feira, declarou apoio a Adolfo Konder
(PDT), que teve a seu lado, durante todo o primeiro turno, Lindbergh.
Quatro aliados de Lindbergh
na briga
O senador petista
está em segundo lugar na busca por base eleitoral, com quatro aliados no
segundo turno do Rio. Lutando sozinho para viabilizar seu nome na disputa de
2014, Lindbergh deixou claro na segunda-feira sua insatisfação com a indicação
de Pezão ao governo. No último dia 3, o petista foi condenado por improbidade
administrativa por um processo referente à época em que era prefeito de Nova
Iguaçu. Resultado: teve suspenso por cinco anos seus direitos políticos pela
10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Ele recorrerá da decisão.
Principal adversário
político do grupo do governador no estado e crítico feroz da gestão petista
desde a época do ex-presidente Lula, o deputado federal e ex-governador Anthony
Garotinho manteve seu domínio no Norte Fluminense e conseguiu vitórias
importantes no último dia 8. Garotinho ainda tem a chance de colocar três
aliados em prefeituras fluminenses neste segundo turno.
Para o cientista
político e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Sandro
Corrêa, no próximo dia 28, o eleitor fluminense vai perceber que, além da
disputa municipal, o que está em jogo é o comando do estado a partir de 2014.
- Com segundo turno
em apenas sete cidades, vamos ter a oportunidade de ver o confronto direto
entre os três postulantes ao governo estadual. Vamos ver cada um dos futuros
candidatos ao cargo de governador indo para o confronto direto nas ruas e no
programa eleitoral - aponta o cientista político.
Das sete cidades,
três são consideradas estratégicas para a corrida ao Palácio Guanabara: São
Gonçalo, Duque de Caxias e Volta Redonda que, apesar de ter o menor número de
eleitores do trio (216 mil), é a única onde Pezão tem influência direta. Ele
foi prefeito da vizinha Piraí, e uma derrota lá poderia fragilizar sua
candidatura estadual.
Em Volta Redonda e em
São Gonçalo, Cabral enfrentará Garotinho. Os dois já gravaram para o programa
eleitoral de seus candidatos e serão vistos com frequência nas ruas pedindo
voto.
- É um cenário
interessante. É inegável que tanto Cabral quanto Garotinho são, hoje, os dois
maiores cabos eleitorais do estado. Esse confronto é uma prévia para os dois e
para os eleitores de suas forças políticas - afirma Corrêa.
Rejeição a Garotinho
em Petrópolis
Cabral e Garotinho se
enfrentam ainda em Belford Roxo e em Petrópolis, onde Rubens Bomtempo (PSB) tem
o apoio do PR, mas mantém o ex-governador distante da disputa por conta da
rejeição dele na cidade.
Lindbergh percorreu
61 das 92 cidades nesta eleição para formar uma base eleitoral para 2014. Sua
principal vitória foi em Macaé, onde elegeu Dr. Aluisio (PV) contra o candidato
de Cabral, Christino Áureo (PSD). No segundo turno, ele enfrenta os
peemedebistas em Duque de Caxias e Nova Iguaçu.
É no município que
administrou, aliás, que o senador enfrenta seu principal dilema. Apesar de seu
partido estar na coligação da prefeita Sheila Gama (PDT), que busca a
reeleição, Lindbergh caminha para apoiar o deputado federal Nelson Bornier
(PMDB), antigo desafeto de Cabral.
A única cidade a
ficar de fora do cabo de guerra eleitoral é Niterói. Os dois concorrentes - Rodrigo
Neves (PT) e Felipe Peixoto (PDT) - foram secretários do governador na atual
gestão. Lá, Cabral leva de qualquer jeito.
Fonte: O Globo
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