ACM Neto e Pelegrino reajustaram suas campanhas para 2º turno
Nelson Barros Neto
SALVADOR - O resultado das urnas em Salvador revelou uma clivagem geográfica e
social entre PT e DEM, fato que já condiciona as estratégias dos partidos no
segundo turno.
Com a orla -mais rica- com ACM Neto (DEM) e o miolo -mais pobre- com Nelson
Pelegrino (PT), à semelhança da divisão paulistana, os candidatos a prefeito
reajustaram suas campanhas para tentar entrar nas zonas vencidas pelo
adversário.
Ou seja: o PT mira agora a classe média, enquanto o DEM tenta seduzir a
periferia.
Os dois terminaram praticamente empatados no primeiro turno: ACM Neto com
40,17% dos votos válidos e Pelegrino, com 39,73%
No dia seguinte ao resultado, petistas falavam em "explicar
melhor" suas propostas à classe média, e os democratas passaram a
intensificar a campanha no subúrbio, onde Pelegrino chegou a 53%, contra 27% do
DEM.
"Neto faz quase todas suas caminhadas na periferia. E a gente ainda
precisa desmentir boatos como o de que ele vai acabar com o Bolsa
Família", diz Pascoal Gomes, marqueteiro da coligação.
Quando a campanha do DEM ensaiou usar contra o PT a adoção do horário de
verão na Bahia, de olho em "trabalhadores que acordam ainda no
escuro", nas palavras de José Carlos Aleluia, coordenador político de ACM
Neto, o governador Jaques Wagner (PT) recuou e revogou a medida para este ano.
O marqueteiro petista Sidônio Palmeira quer ao menos reduzir a desvantagem nas
zonas eleitorais coladas ao mar -com maior renda. Nessa região, ACM Neto
alcançou 60% dos votos, e Pelegrino, 25%.
Fonte: Folha de S. Paulo
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