Tucano
sobe tom e fala em "esquema do pega-ladrão"; para candidato do PT,
adversário quer mobilizar trevas"
Na
maior troca de acusações no 2º turno, o candidato José Serra (PSDB) comparou
Fernando Haddad (PT) ao ex-ministro José Dirceu, condenado pelo mensalão.
"José Dirceu quando atacado, ataca o outro. Esse é o esquema do
pega-ladrão, que ele fundou no Brasil. O Haddad apenas está seguindo as lições
de Dirceu, de quem é companheiro e camarada", atacou. Em resposta, Haddad
disse que Serra está "fora de si" e pretende "mobilizar as
trevas" para tentar vencer eleição. O PT estadual avalia que Serra ofendeu
a honra do partido e entrará com ação criminal.
Haddad
vê "ódio" em campanha tucana; petista "segue lição de
Dirceu", diz Serra
No dia em que ambos
foram à missa em Itaquera, em horários diferentes, candidatos do PT e do PSDB
trocam as acusações mais agudas desde o início do segundo turno, fazendo
referências ao julgamento do mensalão e a debate ético que marcou disputa de
2010
Bruno Lupion, Gustavo
Porto
Na troca de acusações
mais contundente desde o início do segundo turno da eleição paulistana, o
candidato do PT, Fernando Haddad, disse ontem que seu adversário do PSDB, José
Serra, faz uma campanha para "promover o ódio" e "vai mobilizar
trevas como fez em 2010". Em resposta, o tucano afirmou que o petista
"está seguindo as lições" do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu,
condenado pelo Supremo Tribunal Federal na terça-feira, pelo crime de corrupção
ativa. Haddad foi o primeiro a ter agenda pública no feriado de 12 de outubro:
participou de missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Itaquera, zona
leste, um dia após o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas
Malafaia, divulgar um vídeo relacionando Haddad ao kit anti-homofobia. O
material foi editado quando o petista comandava o Ministério da Educação (MEC)
e apelidado de "kit gay" por setores evangélicos. No vídeo, Malafaia
diz que Haddad "deu grana para ativistas gays fazerem esse lixo moral para
ensinar homossexualismo (nas escolas)",questiona sua gestão à frente do
Ministério da Educação e afirma: "Contra Haddad e o kit gay, Serra
45". O petista disse que Serra estaria por trás do vídeo, como objetivo de
criar uma "cortina de fumaça" que desvie o debate sobre a gestão do
prefeito Gilberto Kassab (PSD), que apoia o tucano. "Ele (Serra) fez isso
com a Dilma (na campanha presidencial de 2010), ele vai fazer isso comigo. É a
mesma estratégia de 2010. Só que deu errado. O que ele (Serra) tinha que
entender é que esse tipo de prática vai dar errado", afirmou Haddad.
Serra, antes de
visitar o Museu Catavento, no centro, citou a condenação de Dirceu pelo STF em
resposta às críticas do adversário."José Dirceu quando atacado, ataca o
outro.Esse é o esquema do pega-ladrão, que ele fundou no Brasil. Ele bate
carteira, sai correndo e grita: "pega ladrão", afirmou. "O
Haddad apenas está seguindo as lições de Dirceu, de quem é companheiro e
camarada." À tarde, após a entrevista de Serra, Haddad teve novo evento
público, em Aricanduva. Um jornalista disse ao petista que Serra o havia
comparado a um "chefe de quadrilha"–a campanha do tucano negou ter
feito essa relação – e pediu um comentário. Haddad afirmou que o adversário
estava "fora de si" e que pretendia "mobilizaras
trevas"para vencer a eleição. O setorial jurídico do PT estadual cogitou
entrar com ação contra Serra,mas recuou.
Enem.
O tucano também
criticou a atuação do adversário no Ministério da Educação e comentou a
auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre suposta fraude em
licitação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), revelada ontem pelo jornal
Folha de S. Paulo. "O que aconteceu com o Enem na gestão do Haddad é uma
das maiores calamidades na história da Educação do Brasil. Ele não conseguiu
fazer durante três anos o Enem e, além de fracassar rotundamente, há agora
licitações viciadas e que são investigadas pelo TCU", disse o tucano. Ao
comentar a reportagem, Haddad respondeu que determinou abertura de investigação
sobre o caso e que foi ao Congresso prestar esclarecimentos.
Reforço.
O PT mobilizou quatro
ministros do governo federal, além do senador Eduardo Suplicy, para comandar
oito mini-comícios e quatro carreatas no fim de semana, todos na periferia,
onde o PT tenta conquistar os votos obtidos por Celso Russomanno (PRB) no 1.º
turno. Marta Suplicy (Cultura), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miriam
Belchior (Planejamento) acompanharam o petista ontem à tarde,além do candidato
derrotado do PMDB, Gabriel Chalita, em visita ao Shopping Aricanduva, zona
leste. Hoje, Marta lidera minicomícios em Sapopemba e São Mateus (zona leste),
Haddad, em M"Boi Mirim e Campo Limpo (zona sul) e Suplicy,em Brasilândia e
Taipas (zona norte). O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, realiza eventos
em São Miguel Paulista e Itaim Paulista (zona leste).Miriam Belchior vai
concentrar os esforços do fim de semana em Santo André, em auxílio ao petista
Carlos Grana
Fonte: O Estado de S. Paulo
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