Catia Seabra, Mario Cesar Carvalho
SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem criticado duramente a
campanha do tucano José Serra à prefeitura, especialmente o flerte do candidato
com o que chama de setores conservadores.
Segundo tucanos, FHC lamenta, por exemplo, a aliança de Serra com os
opositores da cartilha anti-homofobia produzida na gestão de Fernando Haddad no
Ministério da Educação. O kit não foi distribuído por determinação da
presidente Dilma Rousseff após pressão da bancada religiosa no Congresso.
Presidente de honra do PSDB, FHC alerta os aliados para o risco de Serra
sair desta eleição com o rótulo de conservador após a exploração de temas como
o kit contra a homofobia e o aborto -questão que abordou na sua campanha à
Presidência em 2010.
Aécio
FHC também se queixa da resistência de Serra a conselhos, como o de levar o
senador Aécio Neves à propaganda eleitoral já no primeiro turno numa tentativa
de afastar os rumores de que, se eleito, deixaria a prefeitura para concorrer à
Presidência.
FHC não é o único contrariado com os rumos da campanha. Amigo de Serra, de
quem foi vice na chapa para o Palácio dos Bandeirantes em 2006, o ex-governador
Alberto Goldman diz que não alimentaria o debate sobre o chamado "kit
gay".
"Não foi Serra quem abordou. Mas, se fosse ele, não responderia. Diria
que não tem nada a ver com a eleição para a prefeitura", disse.
Ministro da Justiça no governo FHC, José Gregori também demonstra
desconforto com o tema. Segundo ele, a opinião de apoiadores de Serra, como o
pastor Silas Malafaia, não retrata a do próprio candidato. Mas, numa campanha
eleitoral, diz, essas discussões afloram. "O velho Serra, nesta altura da
vida, não mudou", afirma.
Fonte: Folha de S. Paulo
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