O prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), defendeu
ontem a formação de um bloco partidário nacional entre o PSDB e o PSB,
presidido pelo governador Eduardo Campos. Segundo Elias, o acordo entre essas
legendas não teria apenas objetivos eleitorais, mas a defesa de propostas para
o País. "Precisamos criar um novo campo político no Brasil, fora do
aparelhismo do PT e do fisiologismo conservador do PMDB", defendeu.
Segundo o prefeito, essa discussão deve ser liderada por Eduardo Campos e
pelo senador Aécio Neves (MG). Ele admitiu que os dois líderes poderiam formar
uma chapa para a disputa presidencial de 2014, mas evitou externar quem seria o
cabeça de chapa.De acordo com Elias Gomes, entre as bandeiras nacionais a serem
empunhadas pelo bloco PSDB/PSB estariam a reforma política e a implantação do
sistema parlamentarista em substituição ao presidencialismo. "Com um
Congresso Nacional como o nosso, se o sistema fosse parlamentarista nós
poderíamos dissolver o Legislativo e convocar novas eleições", sugeriu, em
entrevista à Rádio JC/CBN, ontem à tarde. O prefeito reeleito fez uma mea
culpa, ao afirmar que o PSDB nacional vem pecando desde a era Lula no formato
de oposição. "O partido se envergonhava das privatizações e da criação das
bolsas assistenciais, feitas no governo FHC. Mas essas foram ações importantes
para mudar o Brasil", defendeu.
Com relação ao resultado das eleições, Elias vê como prioridade dos futuros
prefeitos da Região Metropolitana a discusão de uma gestão integrada das 14
cidades. Ele vai pedir ao governo do Estado, ainda esta semana, que seja
reativado o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana (Conderm),
criado em 1994 e atualmente esvaziado. "Sempre me preocupei com a falta de
articulação entre os prefeitos. Vou conversar com cada um deles. Mas não pode
ser uma iniciativa isolada. Para garantir ações efetivas na RMR é preciso do
apoio do governo do Estado", afirmou.
Sobre Jaboatão, Elias afirmou que sua principal meta é torná-la conhecida
como a "cidade da educação". Preocupado com as dificuldades
financeiras geradas pela queda contínua de arrecadação, ele também iniciou
estudos para enxugar o quadro das secretarias, que hoje são onze, e de
servidores. Já foram dispensados 517 comissionados. "Vou reunir
representantes de todos os partidos da base, na próxima semana, para discutir
metas para a cidade", anunciou. Elias voltou a criticar a iniciativa dos
vereadores de Jaboatão de aumentarem em 63% os próprios salários. Após tentar
vetar o projeto e ser derrotado, o prefeito afirmou que o presidente da Câmara,
Manoel Pereira Neco (PSC), agiu de "má-fé" ao propor o reajuste.
"Eles não vão aguentar as despesas. E a prefeitura não vai socorrer a
Câmara com um centavo sequer", concluiu.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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