quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Para aliado de Cabral, Eduardo Campos é inimigo do Rio

Em Caxias, Washington Reis é adversário de Alexandre Cardoso (PSB)

Cássio Bruno, Luiz Gustavo Schmitt

O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi alvo de ataques ontem no estado do Rio. Isso ocorreu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, município a 2.379 quilômetros de Recife. Ao lado do governador Sérgio Cabral, do vice-governador Luiz Fernando Pezão e do prefeito Eduardo Paes, o candidato a prefeito na cidade pelo PMDB, Washington Reis, afirmou que Campos é "inimigo do Rio" na questão da disputa da partilha dos royalties de petróleo.

O adversário de Washington Reis no segundo turno é Alexandre Cardoso, do PSB de Campos, pré-candidato à presidência em 2014. Cardoso é ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia na gestão de Cabral e é apoiado pelo senador Lindbergh Farias (PT). O petista está na corrida à sucessão de Cabral e trava uma guerra na base aliada com Pezão, outro pré-candidato ao cargo.

- O Eduardo Campos é inimigo do Rio. Ele queria saquear os royalties do estado. Disse que quer ganhar essa eleição aqui (em Caxias) a qualquer preço. Está de olho grande em 2014 - disse Reis, durante ato de campanha.

Entre os partidos médios e grandes, o PSB de Campos teve o maior crescimento no pleito municipal deste ano, tornando-se uma das legendas mais cortejadas por governistas e oposição. Procurado, o governador de Pernambuco não comentou o assunto.

Alexandre Cardoso rebateu Reis, mas evitou atacar Cabral.

- É desespero de quem está perdendo. Ele (Washington Reis) faz política de guerra - disse Cardoso, que indicou a Cabral seu sucessor na Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo da Costa Leite.

Na última semana, Paes, reeleito com a maior votação do país (2,09 milhões de votos), defendeu o nome de Cabral para ser indicado a vice de Dilma nas eleições de 2014, descartando o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB). A declaração de Paes causou mal-estar no PMDB. O ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima afirmou que a presença de Cabral na vice-presidência iria instituir a "República dos Guardanapos", em alusão ao episódio em que, numa viagem de Cabral a Paris, alguns de seus secretários dançaram com guardanapos na cabeça.

Em peregrinação por votos para candidatos aliados em cidades onde haverá segundo turno, Cabral, Pezão e Paes ainda participaram ontem de uma caminhada relâmpago com o deputado federal Nelson Bornier (PMDB) que concorre à prefeitura de Nova Iguaçu. Nos discursos, Cabral, Paes e Bornier fizeram elogios a Pezão, apresentado no evento como "um grande tocador de obras".

O governador anunciou obras de infraestrutura e outros benefícios para Nova Iguaçu, mas sem detalhar projetos e informar custos. Cabral se comprometeu a construir um novo hospital, melhorar o abastecimento de água e implantar um BRT (corredor exclusivo de ônibus com estações para embarque de passageiros) ligando Nova Iguaçu e Duque de Caxias ao Rio. Ele disse ainda que vai levar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para a região.

- É um compromisso meu e do Pezão trabalharmos juntos. Nada é impossível - disse Cabral.

Fonte: O Globo

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