Cássio Bruno, Luiz Gustavo Schmitt
O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi
alvo de ataques ontem no estado do Rio. Isso ocorreu em Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, município a 2.379 quilômetros de Recife. Ao lado do
governador Sérgio Cabral, do vice-governador Luiz Fernando Pezão e do prefeito
Eduardo Paes, o candidato a prefeito na cidade pelo PMDB, Washington Reis,
afirmou que Campos é "inimigo do Rio" na questão da disputa da
partilha dos royalties de petróleo.
O adversário de Washington Reis no segundo turno é Alexandre Cardoso, do PSB
de Campos, pré-candidato à presidência em 2014. Cardoso é ex-secretário
estadual de Ciência e Tecnologia na gestão de Cabral e é apoiado pelo senador
Lindbergh Farias (PT). O petista está na corrida à sucessão de Cabral e trava
uma guerra na base aliada com Pezão, outro pré-candidato ao cargo.
- O Eduardo Campos é inimigo do Rio. Ele queria saquear os royalties do
estado. Disse que quer ganhar essa eleição aqui (em Caxias) a qualquer preço.
Está de olho grande em 2014 - disse Reis, durante ato de campanha.
Entre os partidos médios e grandes, o PSB de Campos teve o maior crescimento
no pleito municipal deste ano, tornando-se uma das legendas mais cortejadas por
governistas e oposição. Procurado, o governador de Pernambuco não comentou o
assunto.
Alexandre Cardoso rebateu Reis, mas evitou atacar Cabral.
- É desespero de quem está perdendo. Ele (Washington Reis) faz política de
guerra - disse Cardoso, que indicou a Cabral seu sucessor na Ciência e
Tecnologia, Luiz Edmundo da Costa Leite.
Na última semana, Paes, reeleito com a maior votação do país (2,09 milhões
de votos), defendeu o nome de Cabral para ser indicado a vice de Dilma nas
eleições de 2014, descartando o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB). A
declaração de Paes causou mal-estar no PMDB. O ex-ministro da Integração
Nacional Geddel Vieira Lima afirmou que a presença de Cabral na
vice-presidência iria instituir a "República dos Guardanapos", em
alusão ao episódio em que, numa viagem de Cabral a Paris, alguns de seus
secretários dançaram com guardanapos na cabeça.
Em peregrinação por votos para candidatos aliados em cidades onde haverá
segundo turno, Cabral, Pezão e Paes ainda participaram ontem de uma caminhada
relâmpago com o deputado federal Nelson Bornier (PMDB) que concorre à
prefeitura de Nova Iguaçu. Nos discursos, Cabral, Paes e Bornier fizeram
elogios a Pezão, apresentado no evento como "um grande tocador de
obras".
O governador anunciou obras de infraestrutura e outros benefícios para Nova
Iguaçu, mas sem detalhar projetos e informar custos. Cabral se comprometeu a
construir um novo hospital, melhorar o abastecimento de água e implantar um BRT
(corredor exclusivo de ônibus com estações para embarque de passageiros)
ligando Nova Iguaçu e Duque de Caxias ao Rio. Ele disse ainda que vai levar
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para a região.
- É um compromisso meu e do Pezão trabalharmos juntos. Nada é impossível -
disse Cabral.
Fonte: O Globo
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