Governador avalia que votação de Júlio Delgado na disputa pelo comando da Câmara serviu para diferenciar PSB do PMDB
Débora Duque
Na primeira agenda pública que participou no Estado após o desfecho da eleição para a presidência da Câmara Federal, o governador Eduardo Campos (PSB) apontou que a votação recebida pelo candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), serviu para que o partido demarcasse posição. Embora tenha evitado interferir publicamente na disputa, sabe-se que o governador, presidente nacional da sigla, atuou nos bastidores para garantir uma margem de votos expressiva para o representante da legenda. Delgado concorreu contra o candidato oficial do governo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e conquistou 165 votos, 15 abaixo da previsão que havia sido feita pela cúpula do PSB.
Apesar da derrota, Eduardo considera que a iniciativa do partido em lançar um candidato marcou os "valores" que o PSB defende na política. A declaração é mais uma estocada direta no PMDB, cujo candidato foi alvo de denúncias de corrupção. "O partido se posicionou de maneira clara, objetiva, marcou sua posição política coerente com os valores que defendemos na vida pública. E acho que recebemos o reconhecimento de largos setores da sociedade pelo papel que cumprimos", assinalou.
Na quarta-feira (5), ele foi a Brasília cumprir uma pauta administrativa, mas aproveitou a oportunidade para se reunir com outras lideranças nacionais da legenda.
Ontem, sem fugir do estilo "morde e assopra", o governador procurou desmentir as declarações que "interlocutores" do PSB deram à agência O Globo sobre o incômodo com as notícias de que o ex-presidente Lula (PT) estaria articulando para ceder a vaga de vice da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, ao PSB.
O objetivo de Lula seria "frear" o voo nacional de Eduardo Campos, mas, em reação ao que consideraram uma "interferência" do petista, socialistas afirmaram que o projeto do PSB será definido exclusivamente pelo próprio partido. Eduardo, no entanto, diminuiu o tom do discurso. "Sempre tivemos uma relação fraterna e de admiração com o ex-presidente. Ele sempre respeitou a posição do PSB, até mesmo quando tivemos entendimentos diversos sobre disputas eleitorais. Já viu ele falando numa televisão ou com o gravador ligado sobre 2014?", amenizou.
Ao bater novamente na tecla de que não é o momento para se discutir eleição, ele voltou a listar, voluntariamente, as pautas negativas que a presidente Dilma precisa enfrentar: a "brutal" crise econômica, "arrocho fiscal" e dificuldades financeiras nas administrações estaduais e municipais.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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