Ao contrário do que apregoa a presidente Dilma Rousseff em seu discurso oficial, que o Brasil vive uma boa situação econômica, dados divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram uma realidade tremendamente preocupante na questão do emprego e, particularmente, no setor industrial brasileiro.
Um dos exemplos mais emblemáticos de tamanho descalabro causado pela incompetência do governo petista é justamente o ABC paulista, considerado o berço do sindicalismo brasileiro e onde a figura do então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva ganhou visibilidade.
O tombo da indústria na região foi dramático em 2012, com o fechamento de 52 mil postos de trabalho formais e informais. O número é quatro vezes maior do que a queda registrada na região metropolitana de São Paulo, que perdeu 11 mil vagas.
O cenário alarmante é agravado pelo fato de o emprego industrial no ABC estar concentrado nos setores mais atingidos pela crise mundial, como o metalomecânico, que corresponde a 58% da ocupação na indústria da região e no qual foram fechados 33 mil postos de trabalho no ano passado.
Como resultado desse panorama desolador, o ABC paulista viu a participação da indústria no emprego cair de 28% para 22%, entre 2011 e 2012.
A mesma Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Dieese, que soma a taxa de desemprego ao índice de pessoas que mantêm atividades informais enquanto procuram trabalho com carteira assinada, mostrou que a desocupação em 2012 foi de 10,5%.
Os dados abrangem as regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e Distrito Federal. Enquanto Dilma e sua equipe alternam medidas desastradas na gestão econômica e discursos que escondem da população a real situação do país, a indústria sofre seu maior tombo desde 2009, quando estourou a crise nos Estados Unidos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial despencou 2,7% no ano passado. Só a produção de máquinas e equipamentos recuou 3,6%. A de máquinas para escritório e equipamentos de informática registrou queda de 12,7%. A de máquinas e materiais elétricos, 5,4%.
O mote das justificativas petistas diante da mediocridade econômica do país é sempre o mesmo: quando a situação vai bem, o mérito é do governo; quando o país patina, a culpa é das dificuldades do cenário internacional.
Trata-se de um discurso oportunista e falacioso, já que outros países emergentes vêm crescendo e não sofrem com este gravíssimo processo de desindustrialização.
O Brasil não conseguirá sair do descalabro econômico em que se meteu por irresponsabilidade de Lula e Dilma, muito menos destravará o crescimento pífio registrado em 2012, enquanto priorizar a propaganda enganosa, a retórica populista ou as contas maquiadas que desmoralizam o país e destroçam a credibilidade do governo, ao invés de enfrentar com firmeza os gargalos de nossa economia. O tombo da indústria é só mais uma faceta do apagão gerencial da administração do PT.
Roberto Freire é deputado federal (SP) e presidente nacional do PPS
Fonte: Brasil Econômico
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