Presidente também está propensa a novamente dar uma pasta ao PR
Natuza Nery, Erich Decat e Valdo Cruz
BRASÍLIA - Dilma Rousseff está em busca de um ministro mineiro para se contrapor ao discurso do oposicionista Aécio Neves (PSDB) de que ela discrimina Minas Gerais.
A presidente segue no propósito de fazer pequenas mudanças no ministério, mas procura ressuscitar aliados que deixaram a Esplanada após suspeitas de irregularidades, caso do PR.
As alterações seguem a lógica de 2014, de evitar que parceiros pulem no colo de eventuais adversários eleitorais.
Apesar de ser mineira, Dilma construiu sua vida profissional no Rio Grande do Sul.
O único representante de Minas na Esplanada é Fernando Pimentel (Desenvolvimento), um dos defensores da ampliação de espaço para tentar neutralizar os ataques de Aécio, virtual candidato ao Palácio do Planalto.
"Há uma preocupação grande de todos os mineiros com o espaço que Minas tem hoje. Havia mais espaço quando chegamos a comandar Saúde e Comunicações [governo Lula]", disse o presidente do PMDB de Minas, deputado Antônio Andrade.
Outra razão: o PMDB de lá ameaça se aliar ao PSDB. "Estamos lutando para conseguir um espaço para Minas. Se não acontecer, a bancada mineira vai tomar seu rumo", disse o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que já foi cotado para a Esplanada.
O alvo é o Ministério dos Transportes, devido à extensa malha rodoviária mineira.
Ontem, a presidente recebeu o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), líder da bancada, e o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), presidente da sigla.
Integrantes da cúpula da legenda se consideram "fora da base de apoio" desde que Nascimento, então titular dos Transportes, deixou o cargo há menos de dois anos acusado de irregularidades. Agora, o cotado é o senador Blairo Maggi (PR-MT).
"Ela nos quer de volta e nós queremos voltar. Abriu-se a possibilidade de fato de participação no governo. Pelo que percebi, ela quer fazer uma mexida de uma vez. Está montando o tabuleiro dela para isso. Se ela disser que quer o Blairo, isso vai ser discutido internamente", disse Nascimento.
As pastas onde pode haver mudanças são Transportes, Turismo, Ciência e Tecnologia, Agricultura.
Fonte: Folha de S. Paulo
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