Afif não merece essa auto flagelação a que está se submetendo.
Como já expressei, o atual vice governador de São Paulo teve na última década uma trajetória ativa, respeitada, coerente e combativa, defendendo os interesses de São Paulo e assumindo uma posição política claramente contrária aos candidatos petistas e aos governos desse partido. Exerceu funções de governo com honestidade e competência, sempre aliado ao maior partido de oposição no Brasil, o PSDB, e cumpriu com eficiência as tarefas no campo das disputas eleitorais que juntos encetamos.
Sua decisão recente de apoio à presidente Dilma, passando a exercer uma função ministerial, é uma decisão pessoal que, ainda que respeitável, não poderia deixar de provocar, em todos aqueles que com ele conviveram e lutaram, um sentimento de surpresa e decepção. Surpresa porque não se poderia esperar dele, com sua história, essa atitude. Decepção porque traduz a tristeza com a perda de um companheiro lutador que sempre se colocou contra as mazelas do PT e dos seus governos.
Assim sendo, no plano da política, nós que nele votamos, na chapa com Geraldo Alckmin candidato a governador, nos sentimos de alguma forma lesados. Pode haver mágoas que contribuíram para que ele escolhesse esse caminho, mas o nosso voto deveria pesar mais em sua decisão.
Essa atitude vem sendo objeto de críticas, na lógica dos embates políticos que estamos enfrentando. E agora recebe uma carga pesada de pareceres jurídicos de instituições não só do executivo, mas também do Ministério Público Estadual, e pode sofrer um processo de perda do mandato através da ação da Assembleia Legislativa do Estado e até de provocação à Justiça do Estado de São Paulo.
É algo que ele não merece. Um desgaste que poderia ( e ainda pode ) ser evitado se ele se mantivesse no espaço político em que sempre esteve ou, contra a nossa vontade, decidisse assumir o governo de Dilma Roussef deixando, de vez, a função para a qual foi eleito.
Ele não merece esse flagelo. Um auto flagelo a que ele, talvez inadvertidamente, se deixou levar.
Esse é meu sentimento e meu desejo de encontrar uma solução que mantenha uma aliança que já produziu tantos bons frutos ou, sendo isso impossível, que o preserve.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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