Bruna Serra
No momento em que o governador e presidente do PSB, Eduardo Campos, supostamente começa a tornar oficial, ao menos no meio político, sua candidatura a presidente, um velho dilema da legenda volta à tona: os irmãos Gomes, do Ceará, que pretendem seguir defendendo a aliança nacional com o PT.
Na noite da última segunda (9), Eduardo recebeu quatro figuras da legenda (veja a matéria acima). Na ocasião, o governador teria dito que sua disposição é total e que a candidatura presidencial é uma realidade. Afirmou que se os irmãos Gomes não estão dispostos a abraçar a causa, devem procurar novos horizontes. Diante do exposto, dizem pernambucanos, Cid ficou de avaliar sua permanência no PSB.
No Ceará, os irmãos seguem defendendo o apoio à presidente Dilma Rousseff, mas negam de forma veemente qualquer possibilidade de deixar o PSB. Ontem, durante posse na Secretaria de Saúde do Ceará, Ciro Gomes deixou claro seu incômodo com a postura que seu partido vem tomando. O ex-ministro foi um dos que cobrou que a legenda entregue seus cargos no governo federal caso queira discutir candidatura própria.
"Não temos interesse em romper. Não somos quinta coluna, não gostamos de ‘trairagem’. Queremos contribuir no que podemos, e acreditamos que agora é hora para ajudar a qualificar o governo Dilma", disparou Ciro, na cerimônia.
Ao portal da Folha de S. Paulo, o governador Cid Gomes foi ainda mais incisivo, ao dizer que uma candidatura própria do PSB não deve ajudar a "fortalecer a oposição reacionária". Ainda de acordo com socialistas, Eduardo já havia dito, em jantar com o senador Aécio Neves (PSDB), há duas semanas, que é candidato a presidente. Na oportunidade, os dois e travaram um pacto de não agressão durante a corrida sucessória.
As articulações seguem tão avançadas que Eduardo já arquiteta palanques em quase todos os Estados. O que mais preocupa o líder hoje é a Bahia, onde a senadora Lídice da Mata (PSB) resiste a oferecer palanque, também defendendo a manutenção da aliança nacional com o PT.
Outro Estado que carece de mais articulação é o Paraná, onde Eduardo também não tem encontrado palanque próprio. Derrotado nas eleições municipais, o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) não reúne condições para se candidatar ao governo. Na reunião da segunda, o governador teria mostrou um mapa com o diagnóstico dos votos dos brasileiros hoje.
Para Eduardo, como a presidente Dilma tem 40% dos votos, outros 60% estão passíveis de conquista. Esse foi um dos argumentos apresentados para tentar convencer os cearenses. O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, evitou se posicionar.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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