Governador de São Paulo foi homenageado ontem na entrega da Medalha Juscelíno Kubitschek, em Diamantina, Minas
Marcelo Portela
BELO HORIZONTE - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que o senador tucano Aécio Neves (MG) pode contar como apoio do diretório paulista da legenda à sua provável candidatura presidencial em 2014. O mineiro, chamado de "irmão e amigo", disputa com o ex-governador José Serra a indicação do partido para a corrida presidencial Alckmin evitou dar sua chancela a Aécio, mas fez diversos elogios ao senador, a quem comparou ao ex-presidente Juscelino Kubitschek.
O governador paulista foi o orador oficial da cerimônia de entrega da Medalha Presidente Juscelino Kubitschek, realizada em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha mineiro, onde nasceu o político que dá nome à comenda. Essa é a segunda maior homenagem concedida pelo governo mineiro e Alckmin foi o primeiro tucano ligado a Serra a recebê-la nos 10 anos de gestão do PSDB no Estado. A cerimônia começou com quase uma hora cie atraso porque só teve início após a chegada de Aécio.
Em seu discurso, Alckmin comparou diversas vezes o senador a JK, mas em todas as falas fazia questão de acrescentar também Anastasia. Para o paulista, os dois. "personificam com exatidão o cerne do legado" do ex-presidente.
Mas, questionado duas vezes sobre se as declarações significam seu apoio direto a Aécio na disputa interna com Serra, o governador foi evasivo e disse apenas que ao Aécio Neves é um homem preparado para grandes desafios. É uma vocação política e um grande governante". Apenas quando o próprio Aécio foi perguntado se poderia dizer que contava com o apoio do PSDB paulista Alckmin foi incisivo. "Pode", disse ele antes que Aécio respondesse.
O mineiro, por sua vez, considerou um "privilégio" a presença de Alckmin no evento. "Não estamos ainda falando de candidaturas. Mas não tenho dúvida de que o sentimento de São Paulo é o mesmo de Minas por mudanças", salientou.
Pé do ouvido. Geraldo Alckmin chegou à cerimônia acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Samuel Moreira (PSDB) - que nasceu em Governador Valadares (MG). Aéeio sentou-se entre os dois representantes do tucanato paulista e durante todo o evento manteve conversas ao pé do ouvido de ambos, mas principalmente do parlamentar. "Não falamos de eleições. Precisamos esperar uma definição mais clara do Serra. Surgiram essas especulações sobre que espaço ele pode ocupar. (Mas) até o dia 7 (de outubro), vamos saber se ele continua ou não (no partido)", ressaltou Moreira, referindo-se ao prazo que a legislação determina para que interessados em disputar as eleições de 2014 definam em que legenda ficarão. O deputado paulista minimizou as recentes visitas de Aécio a São Paulo e descartou o caráter político da presença constante do senador no reduto de Serra nas últimas semanas.
Além dos tucanos, também foram agraciados o senador Giro Nogueira (PI),presidente nacional do PP, e o deputado federal Esperidião Amim (PP-SC). O mineiro quer atrair o PP, que integra a base da presidente Dilma Rousseff, para sua possível candidatura ou fazer ao menos com que a legenda não participe da coligação em torno da reeleição da petista.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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