terça-feira, 15 de outubro de 2013

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Pesquisas e cenários
A pesquisa DataFolha deste fim de semana confirmou as expectativas do Palácio do Planalto de que a saída do ex-governador paulista José Serra(PSDB) e da ex-senadora Marina Silva (PSB) da disputa aumentaria as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff já no primeiro turno. Entretanto, manteve a impressão de que o cenário eleitoral de 2014 não está consolidado. Ainda mais porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Buenos Aires, surpreendentemente, assumiu a condição de reserva no jogo.
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O mesmo pode se dizer da situação no PSDB, onde Aécio Neves administra a gana de Serra, que ainda sonha com a candidatura presidencial. A disputa interna no partido está decidida, porém, o que não está resolvido é a sucessão do governador tucano Antonio Anastasia, em Minas Gerais. Aécio pode até perder a eleição para presidente da República, mas não pode perder simultaneamente o governo do estado. Esse é o maior problema de sua candidatura.
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Neste contexto, onde todos têm incertezas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), até que saiu ganhando. O salto que deu nas pesquisas, com o apoio de Marina Silva, consolidou sua presença no jogo. A fundadora da Rede continua sendo uma sombra, mas a aliança entre ambos ainda tem mais de aglutinação do que do que se possa deduzir apenas pelas contradições entre o PSB e a Rede. Em apenas uma semana, Campos escapou do cerco que lhe havia sido imposto pelo Palácio do Planalto e deixou de ser um projeto regional. Agora é uma alternativa de poder, como as demais.

Os números
Segundo o DataFolha, o cenário eleitoral é o seguinte: Dilma Rousseff (PT), 42% de intenções de votos; Aécio Neves (PSDB), 21%; Eduardo Campos (PSB),15%; Branco/Nulo, 16%; e não sabe, 7%.

ICMS// A unificação da alíquota do ICMS continua na agenda do Senado. Os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), Armando Monteiro (PTB-PE), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Dornelles (PP-RJ) tentam buscar uma proposta de consenso. Querem propor também a criação de fundos de compensação e desenvolvimento regional, a fim de ressarcir e estimular estados que vierem a ter perdas com a redução das alíquotas.

Rede de intrigas
Os líderes do PSB fazem um esforço danado para administrar os conflitos internos com a Rede, de Marina Silva. O partido tem receio de que o governador Eduardo Campos não venha a ser o cabeça da chapa. Segundo o líder na Câmara, o gaúcho Beto Albuquerque (foto), as divergências entre os dois partidos podem até continuar, mas o foco da aliança são as convergências. “O PSB vem construindo a candidatura do Eduardo animadamente. O gesto da Marina para nós é mais importante do que as análises”, minimiza.

Saúde à míngua
“Ainda faltam dois meses e meio para terminar o ano e o Ministério da Saúde não tem dinheiro para fechar as contas de 2013. Precisa de pelo menos R$ 9 bilhões para novembro e dezembro”, informou o deputado Darcísio Perondi (foto), PMDB-RS, presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Segundo o parlamentar, não há recursos para pagamento dos hospitais, das UTIs, dos remédios e dos profissionais que atendem ao SUS. “Isso mostra a fragilidade do orçamento e tudo aquilo que os deputados e senadores que defendem a saúde vêm afirmando há muito tempo. Os recursos federais para a saúde são absolutamente insuficientes”, explicou.

Receitas
Para Darcísio Perondi, a solução para o problema é a aprovação do projeto de lei de iniciativa popular, que obrigará a União a investir o equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas na saúde. Se for aprovado, o orçamento da saúde contaria em 2014 com mais R$ 46 bilhões

Dívida/ A Câmara dos Deputados deve apreciar hoje o projeto de lei complementar que trata da dívida de estados e municípios com a União. O projeto propõe que o indexador das dívidas a partir de janeiro de 2013 seja IPCA mais 4% ao ano ou taxa Selic (o que for menor no período). Atualmente, estados e municípios pagam IGP-DI mais 6%, 7,5% ou 9%, dependendo do contrato com a União. Pelo texto, a União fica autorizada a recalcular o estoque da dívida, anterior ao primeiro dia de 2013, com base
na taxa Selic.

Ajuda/ Quem está se rindo à toa é o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que rolará a dívida da capital paulista, uma das maiores do país. Os governos que tiverem pago mais que a variação da Selic desde a assinatura do contrato terão o estoque da dívida reduzido. O Tesouro sempre foi contra essa mudança, mas agora jogou a toalha.

Reforma/ O grupo de trabalho da reforma política da Câmara, coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), encerrará seus trabalhos nesta semana. As decisões do grupo serão sistematizadas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e em projetos de lei que tramitarão normalmente na Câmara.

Hospitalidade
O presidente do PSDB, Aécio Neves, reagiu às declarações da presidente Dilma Rousseff se vangloriando dos investimentos federais no Sul de Minas. “A presidente Dilma é sempre muito bem-vinda a Minas, como é natural da hospitalidade mineira, mesmo não tendo, mais uma vez, trazido respostas para importantes demandas do nosso Estado que estão sob responsabilidade do governo federal. Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse apresentando respostas a essas demandas”, disparou. Segundo o tucano, houve parceria do governo de Minas com o governo federal em Itajuba, o que não foi reconhecido por Dilma.

Fonte: Correio Braziliense

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