Pré-candidato ao Palácio do Planalto, senador afirma que presidente é bem-vinda, embora ela não apresente respostas às demandas do estado
Vera Schmitz
Brasília – Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que a petista se afastou de Minas Gerais nos últimos anos e não resolveu os principais problemas do estado. Ex-governador do estado, Aécio afirmou que a presidente é "bem-vinda" a Minas – "como é natural da hospitalidade mineira"–, mas em sua visita de ontem a Itajubá (MG) não levou "respostas para importantes demandas do estado que estão sob responsabilidade do governo federal". Dilma esteve no Sul de Minas para participar da inauguração da fábrica de transformadores Balteau Produtos Elétricos.
Em nota, o tucano criticou o tom de campanha adotado por Dilma durante a visita e afirmou que a presidente, e não a candidata, poderia estar "apresentando respostas" às demandas de Minas se não tivesse se afastado por tantos anos do estado. "Ainda assim, cada visita é uma oportunidade para que ela conheça melhor os desafios e as conquistas dos mineiros. Faltou, por exemplo, um reconhecimento maior da presidente à parceria do governo de Minas na implantação deste importante investimento em Itajubá, um financiamento conjunto do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e do BNDES", afirmou.
A unidade da Balteau inaugurada ontem foi construída por meio de financiamento conjunto do governo federal, que cedeu R$ 5 milhões por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e do estado, que financiou R$ 30 milhões do investimento total de R$ 50 milhões pelo BDMG, fato lembrado pela presidente em seu discurso.
CONSELHO Depois de ter criticado o governo Dilma mais cedo, durante visita ao Recife, a ex-senadora Marina Silva comentou a fala da presidente em Minas. Segundo ela, Dilma "deu um conselho de professora". "Acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar", completou Marina, ao lembrar ter sido alfabetizada aos 16 anos e que valoriza aqueles que se dispõem a estudar. A ex-senadora aproveitou para afirmar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com quem fez aliança, "tem muita consistência" nas conversas que têm e "experiência de governo".
Em sua primeira agenda pública Na capital pernambucana após se aliar a Campos, Marina afirmou que a única marca deixada pela presidente Dilma foi a de mostrar que seu modelo de governabilidade está esgotado. Para ela, a presidente está refém do fisiologismo a cada dia e não conseguiu mudar. "Eu acho que ela cumpriu este papel: de dizer que esse modelo se esgotou não tem mais para onde ir", declarou.
Candidatura à vista
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, admitiu ontem a possibilidade de se lançar candidato à Presidência da República e disse que deve analisar o assunto em "médio prazo". Em palestra no Rio de Janeiro, ele disse que não enfrentará qualquer disputa eleitoral enquanto estiver na Corte, mas afirmou que ainda tem tempo para refletir sobre o assunto. Aos 59 anos, o ministro revelou que deve deixar o STF antes dos 70, quando seria obrigado a se aposentar.
Fonte: Estado de Minas
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