A Folha errou no domingo ao dizer que Dilma era a maior beneficiada
Segundo o Datafolha, o governador de PE herda 32% dos eleitores da ex-ministra; a petista capta outros 22%; Aécio, 16%
Ricardo Mendonça
SÃO PAULO - A Folha errou na edição do último domingo ao dizer que a maioria dos eleitores de Marina Silva (PSB) migram para a presidente Dilma Rousseff (PT) quando a ex-ministra do Meio Ambiente é substituída pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na pesquisa Datafolha.
Segundo os dados corretos do instituto, 32% dos eleitores de Marina optam por Campos quando ela não está entre os concorrentes.
No cenário mais provável da disputa, é Campos, portanto, o maior herdeiro das intenções de voto de sua nova aliada, Marina Silva.
O segundo maior contingente dos eleitores da ex-ministra, 23%, votam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos oferecidos no cartão de resposta da pesquisa.
Candidata à reeleição, Dilma fica com 22% dos eleitores marineiros, não com 42%, como diziam a reportagem e o infográfico de domingo.
Já o senador tucano Aécio Neves (MG) herda 16% dos eleitores de Marina, não 21%.
O mesmo exercício pode ser feito no cenário em que o ex-governador de São Paulo José Serra aparece como candidato do PSDB no lugar de Aécio Neves.
Neste caso, Serra passa a ser o maior herdeiro dos eleitores de Marina. O tucano fica com 33% dos que manifestavam voto na ex-ministra. Campos vem logo atrás com 28%. Outros 18% optam pelo voto em branco, nulo ou em nenhum candidato. Dilma fica em último lugar com 17%.
A leitura equivocada de uma das tabelas produzidas pelo Datafolha gerou o erro da reportagem da Folha na página A4 do domingo.
No texto e nos gráficos daquela edição, os índices apresentados como migração de eleitores de Marina eram, na verdade, as intenções totais de voto de cada candidato.
Na pesquisa realizada sexta-feira, o Datafolha ouviu 2.517 eleitores em 154 municípios do país, o que resulta numa margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Potencial
Marina filiou-se ao PSB, sigla presidida por Campos, depois de fracassar sua tentativa de montar o partido Rede Sustentabilidade a tempo de disputar as eleições de 2014.
Com isso, ela e o governador de Pernambuco não poderão concorrer ao mesmo cargo no ano que vem.
A pesquisa de sexta mostrou que mais da metade dos eleitores (52%) não ficou sabendo da filiação de Marina ao PSB. Como entre eles há eleitores da própria Marina, seu potencial de transferência de votos para Campos é ainda maior.
O instituto também perguntou se Marina agiu bem ou mal ao ingressar no PSB. Para 37%, agiu bem. Outros 17% disseram que agiu mal. O maior grupo (47%) não soube responder.
Quando aparece como candidata no lugar de Eduardo Campos, Marina chega a ter 29% das intenções de voto.
Nessas situações, Dilma não alcança mais da metade das preferências, e a eleição teria que ser decidida no segundo turno.
Fonte: Folha de S. Paulo
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