Nada mais deveria nos surpreender. Mas eu, ainda, sou tomado por um estado de perplexidade, com um misto de indignação e nojo, quando acompanho as ações de líderes políticos, do governo ou dos partidos. Acho que nunca na história desse nosso país se atingiu um nível tão elevado de oportunismo e de falta de compromisso seja com ideologias, seja com o interesse público, seja com a simples verdade.
Leio agora que em reunião de sua direção o PSD, criado por Gilberto Kassab na esteira de sua ruptura com o DEM, declara o seu apoio à Dilma Roussef, a candidata do PT à reeleição. Nada que indique um reconhecimento à conduta administrativa e política do governo, ou do PT, nada que possa significar um esforço para mudar e melhorar a ação governamental. Nada que explique a aliança com os tradicionais adversários e políticos, que acabam de pulverizar, na cidade de São Paulo, com o que restava de prestígio do ex prefeito. Nada que justifique a esdrúxula aliança que une visões ideológicas tão distintas.
Ou não tão distintas se são apenas a busca de poder e dinheiro. Já foram distintas.
E lá estava a Dilma, cinismo e hipocrisia sem limites. Ela declara que se encontra em situação “diferenciada”. Diz: “Todos os demais candidatos que estão querendo ser presidente têm de fazer campanha. Eu tenho uma obrigação: eu tenho de governar”,
Como todos constatam ela não está fazendo campanha. Ela só governa. Será que pensa que o povo brasileiro é constituído de energúmenos?
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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