Segundo relatos de tucanos e democratas, os dois sacramentaram a decisão de marcharem juntos nas eleições
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA — Começou a ser resolvido na noite de segunda-feira o último grande nó para a confirmação da aliança nacional entre PSDB e DEM. Após cerca de cinco meses sem se encontrarem, o presidenciável tucano Aécio Neves e o ex-prefeito Cesar Maia se reuniram no apartamento deste, em São Conrado, para acertar a aliança dos partidos no Rio. Segundo relatos de tucanos e democratas, os dois sacramentaram a decisão de marcharem juntos nas eleições deste ano, mas ainda não definiram qual será a chapa.
— Acertamos de voltarmos a conversar em dez dias. Não tomarei nenhuma medida no Rio que não seja conversando com ele. O Cesar é um quadro extremamente qualificado para disputar qualquer cargo — explicou Aécio.
Diante dos altos índices de rejeição dos principais candidatos na disputa estadual, os deputados tucanos ainda desejam ter um candidato próprio que possa encarnar a renovação e dar espaço integral para Aécio figurar na propaganda eleitoral do terceiro colégio eleitoral do país. O plano 'A' do PSDB continua sendo o lançamento do técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, que enfrenta forte resistência de seus familiares e segue relutante. A expectativa dos tucanos é que sua situação seja definida até o Carnaval.
Do outro lado, Cesar Maia é nome mais bem colocado da oposição na disputa, já que os três primeiros colocados nas pesquisas são aliados da presidente Dilma, e vê na sucessão estadual uma perspectiva de reconstruir seu grupo político no estado.
— Pelos relatos do ex-prefeito, a conversa foi boa. A nossa expectativa é que o PSDB e o DEM possam estar juntos na eleição no Rio já que há uma avenida no estado com a crise que sofre o PMDB. Os dois partidos juntos construirão um espaço importante para o projeto regional, no qual espero que tenhamos o ex-prefeito como candidato a governador, e daremos uma base importante para o Aécio na eleição presidencial — defende o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), filho do ex-prefeito.
Durante o encontro também foi tratada de uma eventual possibilidade de tucanos e democratas se unirem em uma grande chapa oposicionista em torno da candidatura ao governo de Miro Teixeira (PROS). A hipótese, no entanto, enfrenta uma dificuldade praticamente insuperável. Tucanos e democratas temem embarcar no projeto em função do partido de Miro.
Recém-criado, o PROS têm estreita ligação com o governo Dilma e deve inclusive receber um ministério durante a reforma deste mês. Por isso, a oposição teme que o governo federal procure a direção nacional do PROS às vésperas do início da campanha e ofereça benefícios para que ela sepulte o projeto de Miro, o que poderia desestabilizar definitivamente a campanha de Aécio em um estado decisivo.
Fonte: O Globo
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