Um dia após ataques de Dilma, dirigente socialista diz que sigla não está disposta a responder crítica. Já Aécio eleva o tom
Gabriela López
O PSB do governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB), reagiu - pelo menos publicamente - de forma comedida às críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) durante o ato de comemoração dos 34 anos do PT, na última segunda-feira (10), quando ela avaliou que a oposição é "cara de pau" e "pessimista". Coube ao secretário-geral nacional socialista, Carlos Siqueira, declarar que o partido não quer "baixar o nível" do debate político.
"Não estamos dispostos a responder este tipo de crítica", resumiu Siqueira. Ele também afirmou que o PSB nunca fez ataques pessoais aos petistas. "A proposta da candidatura de Eduardo Campos é elevar o nível da campanha de 2010 e discutir os rumos do País", disse.
Ontem, durante todo o dia, a reportagem do JC tentou contato com as principais lideranças socialistas, sem sucesso. O governador Eduardo Campos esteve em Brasília, onde se reuniu com a cúpula da legenda.
Em sua página no Facebook, o governador reiterou indiretamente as críticas que tem feito ao governo federal ao recomendar, em uma postagem, a leitura de uma entrevista com o empresário Pedro Passos, em que ele afirma ser "preciso reconhecer que o modelo se esgotou".
Também integrante da oposição, o PSDB assumiu uma postura mais ofensiva aos ataques petistas. O presidente do PSDB e presidenciável da legenda, senador Aécio Neves (MG), considerou que o PT está "à beira de uma crise de ataque de nervos".
Aécio acusou Dilma Rousseff de ser protagonista de um evento partidário, confundindo sua atuação com a de presidente. "Está muito cedo para um partido, preocupado com o cenário eleitoral, mostrar tanto desequilíbrio. Em relação às ofensas, a minha boa formação mineira me impede de respondê-la no mesmo tom", afirmou.
Numa crítica ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, Aécio disse que o petista deveria falar sobre a crise de energia que atinge o País e as deserções no programa Mais Médicos e não usar seu discurso no evento para atacar a oposição. "Assistimos de forma patética uma sucessão de neologismos desencontrados que remontam aos mais gloriosos tempos dos aloprados. Devem vir (na eleição) dossiês fajutos. O PT protagonizou não uma festa, um evento partidário, mas inspirado talvez em Almodóvar. Assistimos ali um partido à beira de uma crise de nervos", disparou o tucano.
No ato de aniversário do PT, a presidente Dilma disse que é "mentira" e uma agressão ao bom senso e à autoestima dos brasileiros declarar que o modelo de governo do PT está esgotado, como Aécio Neves e Eduardo Campos vêm sustentando.
No mesmo evento, Rui Falcão discursou que a oposição se divide em dois grupos que, segundo ele, são especialistas em "mofo" e "doutores em bolor", apesar de fazerem discursos de mudança e renovação.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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