Revés nas eleições locais de domingo precipitou reforma no Gabinete prevista pelo presidente do
Equador
Oposição tirou do governo o comando das cidades de Quito e Cuenca, além de reafirmar poder em Guayaquil; são as três principais do país
O Globo
Com agências internacionais e El Comercio
QUITO — O presidente do Equador, Rafael Correa, pediu nesta quarta-feira a renúncia de seus ministros, dando início a uma reforma no Gabinete já planejada, mas precipitada pelas derrotas do governo nas eleições locais de domingo, segundo números preliminares. Caso estes se confirmem, a situação não governará nas três principais cidades equatorianas: Guayaquil, onde a oposição manteve seu domínio; e Quito e Cuenca, onde o Aliança País governava.
— Acreditamos que é necessária uma oxigenação do Gabinete — contemporizou Correa na noite de terça-feira.
Correa está reunido desde a manhã com ministros e secretários no Palácio Carondelet, a sede do Executivo equatoriano, e espera-se que fale à imprensa nas próximas horas. No entanto, o secretário jurídico da Presidência, Alexis Mera, disse que a reunião é “técnica”, e alterações no Gabinete não devem ser informadas hoje.
As renúncias devem ser apresentadas até quinta-feira, e alguns ministros já entregaram seus cargos. Há a expectativa de que candidatos derrotados recebam postos no governo federal. Correa avisou também que haverá alterações na direção de seu partido, o Aliança País, nas regiões onde o desempenho eleitoral não foi bom.
O desempenho do Aliança País este domingo contrasta com os números das eleições nacionais de 2013, quando Correa foi reeleito no primeiro turno e o partido conquistou maioria no Legislativo. Desde 2007, quando chegou ao poder, Correa e sua legenda acumulavam sete vitórias consecutivas nas urnas.
Partido de Correa ainda é o maior do país
Apesar de perder nas principais cidades do Equador, o Aliança País mantém-se como o maior partido do país. De acordo com números extraoficiais, a legenda venceu em 60 das 221 prefeituras em disputa, assim como em dez das 23 províncias em jogo.
— Dizem que perdemos em Quito e não dizem que ganhamos em vários lugares onde era impossível entrar — afirmou Correa.
Segundo o sociólogo Julio Echeverría, professor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais no Equador, Correa busca minimizar os resultados eleitorais ao focar a atenção na capital.
— Ele não comenta que o fenômeno não se reduz a Quito e que o Aliança País perde nas cidades mais populosas do país — diz o professor. — É necessário um giro substantivo no modelo impulsionado pelo presidente, não só ajustes políticos.
*O “El Comercio” faz parte do Grupo de Diários América (GDA)
Fonte: O Globo
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