quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Após derrota eleitoral, Correa pede que ministros entreguem cargos

Revés nas eleições locais de domingo precipitou reforma no Gabinete prevista pelo presidente do
Equador

Oposição tirou do governo o comando das cidades de Quito e Cuenca, além de reafirmar poder em Guayaquil; são as três principais do país

O Globo
Com agências internacionais e El Comercio

QUITO — O presidente do Equador, Rafael Correa, pediu nesta quarta-feira a renúncia de seus ministros, dando início a uma reforma no Gabinete já planejada, mas precipitada pelas derrotas do governo nas eleições locais de domingo, segundo números preliminares. Caso estes se confirmem, a situação não governará nas três principais cidades equatorianas: Guayaquil, onde a oposição manteve seu domínio; e Quito e Cuenca, onde o Aliança País governava.

— Acreditamos que é necessária uma oxigenação do Gabinete — contemporizou Correa na noite de terça-feira.

Correa está reunido desde a manhã com ministros e secretários no Palácio Carondelet, a sede do Executivo equatoriano, e espera-se que fale à imprensa nas próximas horas. No entanto, o secretário jurídico da Presidência, Alexis Mera, disse que a reunião é “técnica”, e alterações no Gabinete não devem ser informadas hoje.

As renúncias devem ser apresentadas até quinta-feira, e alguns ministros já entregaram seus cargos. Há a expectativa de que candidatos derrotados recebam postos no governo federal. Correa avisou também que haverá alterações na direção de seu partido, o Aliança País, nas regiões onde o desempenho eleitoral não foi bom.

O desempenho do Aliança País este domingo contrasta com os números das eleições nacionais de 2013, quando Correa foi reeleito no primeiro turno e o partido conquistou maioria no Legislativo. Desde 2007, quando chegou ao poder, Correa e sua legenda acumulavam sete vitórias consecutivas nas urnas.

Partido de Correa ainda é o maior do país
Apesar de perder nas principais cidades do Equador, o Aliança País mantém-se como o maior partido do país. De acordo com números extraoficiais, a legenda venceu em 60 das 221 prefeituras em disputa, assim como em dez das 23 províncias em jogo.

— Dizem que perdemos em Quito e não dizem que ganhamos em vários lugares onde era impossível entrar — afirmou Correa.

Segundo o sociólogo Julio Echeverría, professor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais no Equador, Correa busca minimizar os resultados eleitorais ao focar a atenção na capital.

— Ele não comenta que o fenômeno não se reduz a Quito e que o Aliança País perde nas cidades mais populosas do país — diz o professor. — É necessário um giro substantivo no modelo impulsionado pelo presidente, não só ajustes políticos.

*O “El Comercio” faz parte do Grupo de Diários América (GDA)

Fonte: O Globo

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