Segundo parlamentares peemedebistas, ela teria dito que não pode ficar contra o vice do Rio
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira no Palácio da Alvorada o governador Sérgio Cabral, seu vice Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes para um longo almoço. Atravessando a mais grave crise parlamentar de seu governo, por conta das disputas estaduais entre PT e PMDB, a presidente estava bem humorada e, segundo parlamentares peemedebistas, afirmou aos três que não tem como ficar contra a campanha à reeleição de Pezão, que assumirá o governo do Rio em abril. O PT terá candidato próprio no estado, mas a presidente ainda teria dito ao trio que a candidatura do senador petista Lindberg Farias não seria uma opção sua, mas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O vice-governador se negou a falar sobre qualquer componente eleitoral que tivesse sido tratado no encontro, e afirmou que o foco da conversa foram as ações que ele deverá lançar, ao lado da presidente, a partir de sua posse como governador, marcada para o início de abril.
— A gente falou dos muitos projetos que fizemos e que vamos entregar nos próximos meses. Nosso foco foi esse, as parcerias e as obras são muitas e vamos seguir com elas — contou.
Pezão voltou a garantir que, independentemente dos desdobramentos políticos entre seu partido e o PT, estará ao lado de Dilma na campanha eleitoral.
— Eu tô com ela e não abro. Por mais que o PT no Rio queira fazer essas intrigas, com a gente não tem isso — afirmou.
Líderes reagem a encontro
As conversas sobre a situação da aliança nacional PT-PMDB no Rio devem seguir hoje. O vice-presidente Michel Temer tem uma reunião marcada para esta manhã com Cabral, Pezão e provavelmente Eduardo Paes, no Palácio Guanabara. De lá, a previsão é que Temer siga com o governador e o vice para Itatiaia, onde vão inaugurar a primeira indústria de laminação de cobre do estado.
Se conseguiu reforçar os laços pessoais que mantém com Pezão, a presidente Dilma pouco comoveu os caciques do PMDB no estado com sua declaração. A ala ligada ao presidente Jorge Picciani considera que a aliança que vinha sendo mantida há oito anos no estado foi violada pelos petistas, independente de a opção pelo lançamento da candidatura de Lindberg Farias ter sido feita pela presidente ou por seu antecessor. Assim, a tendência é que o diretório do PMDB siga as conversas com o tucano Aécio Neves para apoiá-lo em troca da aliança estadual com o PSDB.
Na última semana, peemedebistas procuraram o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) oferecendo a ele o posto de vice na chapa de Pezão e a possibilidade de os partidos também se coligarem nas chapas proporcionais. A ideia dos peemedebistas é esvaziar completamente as demais candidaturas e garantir o maior tempo de televisão possível para o vice-governador, o que, na opinião deles, permitiria torná-lo rapidamente conhecido e competitivo.
Pelas contas da cúpula fluminense, todos os nove deputados federais do PMDB do Rio e 13 dos 16 deputados estaduais do partido já concordaram em apoiar o candidato tucano à presidência. Os peemedebistas dizem que caso o PSDB formalize a aliança não haveria sequer problema em outros candidatos ao governo — como o ex-prefeito Cesar Maia — apoiarem Aécio.
Fonte: O Globo
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