terça-feira, 4 de março de 2014

Presidenciáveis aproveitam feriado de carnaval para criticar governo federal

Aécio Neves e Eduardo Campos citaram obras atrasadas da Copa, manifestações de rua e a necessidade de "renovar" o quadro político

Alice Maciel

Durante o feriado de carnaval, os presidenciáveis de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não deram trégua às críticas ao governo federal. Na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, o político mineiro, que assistiu à primeira noite dos desfiles cariocas, atacou os atrasos em obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. “No campo eu acho que o Brasil tem tudo para ganhar a Copa, mas do que foi prometido em termos de infraestrutura houve um fracasso absoluto: 23% das obras programadas não estão prontas, pararam no meio do caminho por incompetência do governo federal”, afirmou Aécio. No interior de Pernambuco, Campos disse que o Brasil deseja renovação da política.

Além de mencionar os atrasos das obras para os jogos do Mundial, o senador tucano criticou a resposta do governo Dilma às manifestações de rua. “O governo reagiu mal desde o início, quando propôs algo incompreensível, como uma Constituinte exclusiva e uma reforma política que não tinha consenso nem mesmo dentro do partido. De tudo o que foi defendido nas ruas, não assistimos a nada.” Ele defendeu os protestos, mas disse que o policiamento precisa ser aprimorado. “Acho que as manifestações têm de ser permitidas, e a violência, coibida. A polícia tem que ser mais bem preparada. O governo tem que dizer ‘eu participo com x’, mas até hoje isso não existe. Os recursos federais de segurança pública são contingenciados, e no fim do ano alguns amigos do rei e da rainha vão lá e liberam alguma coisa. A responsabilidade fica com os estados, que são os que menos têm”, afirmou Aécio. Em relação ao candidato do PSDB ao governo do Rio, o senador mineiro disse que buscará “com calma”, em acordo com o PPS e o DEM, após a recusa do técnico da Seleção Masculina de Vôlei, Bernardinho.

Aécio assistiu aos desfiles no sambódromo do Rio, no camarote da revista Rio, Samba & Carnaval. O senador dispensou o convite do prefeito Eduardo Paes (PMDB) para o camarote da prefeitura, que recebeu, entre outros políticos, o presidente nacional do PT, Rui Falcão. “Não vou misturar carnaval com política. Vim só dar um abraço no Boni (o empresário José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, homenageado pela Escola de Samba Beija-Flor). O prefeito me convidou, mas não sei se vai dar tempo de ir lá. Minha mulher está grávida, acho que nem fico até o fim do desfile. Quero ver pelo menos a verde e rosa”, disse o tucano, que é mangueirense e já desfilou, de acordo com ele, “sete ou oito vezes” pela escola. Na sexta-feira, ao passar pelo camarote Expresso 2222, do cantor Gilberto Gil, em Salvador, Aécio relevou que será pai de gêmeos. Sua mulher, Letícia Weber, está grávida de um menino e uma menina, que vão nascer em agosto.

Raposas
Já Eduardo Campos, aproveitou o feriado para percorrer municípios pernambucanos e apresentar seu pré-candidato ao governo do estado, Paulo Câmara (PSB), o vice dele Raul Henry (PMDB), e o ex-ministro da Integração, Fernando Bezerra, que disputará o Senado. Até amanhã, Campos deve passar por nove cidades.

Ele esteve ontem em Nazaré da Mata, a 70km do Recife, onde, durante visita a uma associação de mulheres, soltou críticas ao governo federal. Sem citar partidos, o presidenciável socialista disse que o povo quer “aposentar um bocado de raposa que estão assaltando o sonho dos brasileiros”. “O Brasil não quer mais ver aquele pacto político velho, mofado, carcomido do interesse da população. O Brasil deseja a renovação da política”, afirmou. (Com agências)

Homenagem à Mulher
A presidente Dilma antecipou ontem, em seu programa semanal de rádio, as comemorações do Dia Internacional da Mulher, celebrado dia 8. “Eu quero dar os parabéns a todas as mulheres brasileiras por esse dia tão especial e dizer que nós, mulheres, avançamos muito na conquista de direitos e de uma vida melhor no Brasil. Para sermos uma nação mais justa e desenvolvida, o Brasil precisa valorizar cada vez mais a força e o talento de cada uma de suas mulheres”, disse.

Fonte: Estado de Minas

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