De Pasadena ao metrô de SP, a guerra é decisiva em ano eleitoral
O Globo
RIO - A compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), da Polícia Federal e ainda pode virar alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A refinaria sediada no Texas foi adquirida em 2006. Na época, o negócio foi chancelado pelo Conselho de Administração da Petrobras, que tinha entre os integrantes a presidente Dilma Rousseff.
A oposição vinha acusando o governo petista de ter feito um negócio irregular. A Petrobras adquirira 50% da refinaria norte-americana. Dois anos depois teve que iniciar as negociações para compra dos 50% restantes, por obrigação contratual. Neste ano, a presidente Dilma admitiu que só aprovou a transação porque não fora informada de cláusulas do contrato que obrigavam a compra de 50% restantes das ações de Pasadena pela Petrobras. A declaração da presidente acabou contribuindo para esquentar o debate.
O diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, foi exonerado. Em depoimento ao Congresso, ele insistiu que a transação foi correta e só não deu lucro porque a estatal mudou seu plano estratégico. Já a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse, no Senado, que a compra de Pasadena não foi um bom negócio.
A operação Lava-Jato da Polícia Federal para combater crime de lavagem de dinheiro também colocou sob suspeita contratos assinados pela Petrobras. Isso porque o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa foi preso sob acusação de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. A PF investiga pagamento de propina de fornecedores da estatal ao esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Youssef.
A oposição apresentou requerimento para criação de uma CPI no Senado. Os governistas reagiram e apresentaram pedido para que a mesma CPI investigasse também desvio de recursos para obras de transporte no governo do PSDB em São Paulo. O novo alvo seriam as denúncias de pagamento de propina a integrantes da gestão tucana. Indignada, a oposição entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, uma liminar da ministra Rosa Weber garantiu o direito da oposição de ver instalada a CPI com objeto de investigação restrito à Petrobras. O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que vai recorrer da liminar, e o caso terá que ser examinado pelo plenário do STF.
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