Raphael Di Cunto – Valor Econômico
BRASÍLIA - Depois de uma hora e meia de reunião com a presidente Dilma Rousseff ontem, o Pros decidiu formalizar o apoio à reeleição da presidente no dia 24, às 14h, na convenção em Brasília. "O Pros, desde o tempo que foi criado, vem apoiando o governo. Então é natural a coligação com a presidente Dilma e o [vice-presidente]
Michel Temer", afirmou ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, o presidente nacional da sigla, Eurípedes Júnior.
Júnior e os governadores do Amazonas, José Melo (Pros), e do Ceará, Cid Gomes (Pros), estiveram reunidos com Dilma ontem pela manhã e saíram sem falar com a imprensa. Ao Valor PRO, o presidente da legenda disse que Dilma aceitou o convite para ir à convenção no dia 24 e prometeu fazer campanha pelo candidato à sucessão de Cid no Ceará - que ainda está indefinido.
A eleição no Ceará é uma das mais delicadas para a aliança da petista. O PMDB, que na semana passada confirmou o apoio à reeleição de Dilma, vai lançar ao governo o senador Eunício Oliveira, que reivindica a presença da presidente em seu palanque.
"Somos aliados do PT no Ceará. A presidente inclusive vai estar lá na semana que vem para uma cerimônia", disse Júnior. O PT vai indicar o deputado José Guimarães para o Senado na chapa do Pros e deixar o PMDB isolado.
Além de confirmar o apoio de Dilma ao candidato dos irmãos Gomes, a cúpula do Pros também pediu ontem a Dilma que faça campanha pela reeleição de Melo no Amazonas. O PMDB lançou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, como candidato ao governo com apoio do PT.
Dilma não sinalizou o que pretende fazer neste caso e o presidente do Pros vai ter uma reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, na quinta-feira para negociar o espaço do partido no Amazonas e em outros Estados. Eurípedes Júnior também se reuniu ontem com Temer, que é presidente licenciado do PMDB, para discutir o cenário regional.
O apoio à presidente Dilma Rousseff vai ter cerca de 90% dos votos na convenção, avalia o líder do Pros na Câmara, deputado Givaldo Carimbão. A bancada se encontrou há cerca de 20 dias para conversar sobre o assunto e apenas o diretório de Minas Gerais foi contra a aliança.
Segundo o presidente do Pros em Minas, deputado Ademir Camilo, a presidente não mostrou consideração pela sigla. "Quando entramos para a base, o Pros não pediu cargos no governo. Mas a Dilma veio e ofereceu um ministério que estava desocupado. Só que passaram seis meses e ela não entregou, mostrou desprezo pelo partido", disse. "Ninguém tinha pedido, então antes não tivesse prometido. Se oferece e não dá, é porque não prestigia de verdade nosso partido."
O Pros ocupa atualmente o Ministério da Integração Nacional com Francisco Teixeira, mas os dirigentes e a bancada não consideram esta uma indicação do partido. Teixeira era secretário-executivo da Pasta e está como interino desde que o PSB, que ocupava o ministério, deixou o governo em outubro. Ele é próximo a Cid Gomes, que também saiu do PSB para apoiar Dilma.
A permanência de Teixeira foi alvo de disputa entre os grupos de Cid e do presidente do Pros, até que o governador afirmou há três semanas que não tinha interesse no ministério. Segundo um deputado do Pros, Eurípedes levaria à Dilma a indicação de um técnico de Goiás - Estado onde mora e pelo qual vai concorrer a deputado federal - para ocupar o posto no segundo mandato.
Fundado em 2013 com ajuda do governo para aumentar sua bancada, o Pros vai render à presidente cerca de 40 segundos de propaganda eleitoral no rádio e na TV.
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