quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Aécio convoca cúpula tucana para avaliar novo cenário

• Coordenadores da campanha e líderes do PSDB debatem entrada de Marina

• Reunião em São Paulo foi a primeira desde a morte de Campos; Aécio disse ter a certeza de que estará no 2º turno

Daniela Lima – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - A consolidação da candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência pelo PSB levou o candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, a convocar uma reunião com a cúpula de seu partido e as principais siglas aliadas.

Nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) discutiram com Aécio na noite desta quarta-feira (20) os rumos da corrida presidencial.

Na terça (19), o coordenador-geral da campanha, Agripino Maia (DEM-RN), passou o dia em reuniões com todos os apoiadores regionais de Aécio, analisando a situação em cada Estado. Ele entregou relatório da análise a Aécio durante a conversa da cúpula da campanha, ocorrida no Palácio dos Bandeirantes, na ala residencial da sede do governo paulista.

A reunião foi a primeira desde a morte, em um acidente aéreo, do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, na semana passada.

O encontro ocorreu após Aécio cumprir agenda na capital paulista e utilizar seu discurso para afastar informações de que a entrada de Marina no cenário tenha enfraquecido sua campanha.

"Em eleição tem muita especulação. Quero dizer que não sei contra quem vou, mas tenho certeza que estarei no segundo turno", afirmou, em ato com sindicalistas.

Desde o início da semana, estrategistas do PSDB têm monitorado diariamente os números dos presidenciáveis, com Marina na disputa.

Eles constataram que ela vem ganhando terreno em "Estados-chave" para o tucano, como São Paulo. Mas garantem que quem está perdendo mais votos para Marina não é Aécio e sim a presidente Dilma Rousseff (PT).

Apesar das afirmações de que não há alarde nem desânimo no ninho tucano, a campanha de Aécio resolveu ampliar o envio de materiais de publicidade para as regiões Norte e Nordeste. Outra medida diz respeito à estratégia de agendas públicas.

Na terça-feira, a equipe que planeja os compromissos do candidato, avaliou que Aécio precisa priorizar regiões como o Nordeste.

A expectativa era de que Campos, que foi governador de Pernambuco, pudesse dividir os votos da presidente Dilma nessa parte do país. Com a morte do pessebista, os tucanos temem que a petista garanta larga vantagem na região, a exemplo de 2010, quando o desempenho de Dilma entre os nordestinos foi essencial para a sua vitória.

A equipe do tucano decidiu reforçar agendas no Nordeste em todos os dias desta semana, até domingo.

Além de Aécio, Alckmin, Agripino e Fernando Henrique, participaram do encontro desta quarta o vice do tucano na chapa presidencial, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o ex-governador José Serra e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

SUS
Antes da reunião, Aécio fez campanha com Alckmin e listou promessas na saúde.

Ele defendeu nacionalizar o programa Mulheres de Peito, lançado no Estado, que prevê a adaptação de carretas com equipamentos para fazer diagnóstico de câncer de mama de modo itinerante. Disse ainda que, se eleito, vai reajustar a tabela do SUS --o que aumentará repasses de verbas da União para ajudar Estados e municípios a custear o atendimento médico.

Depois, em ato com sindicalistas, ouviu do presidente do Sindicato dos Aposentados que os filiados aceitam trocar a discussão sobre o fim do fator previdenciário pela revisão da fórmula, nos moldes de um projeto que está no Congresso desde 2008.

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