• Presidente da sigla diz que decisão foi unânime e que o fundamental é derrotar o PT
Isabel Braga e Eduardo Barretto – O Globo
BRASÍLIA - O PPS, que integrava a coligação da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, decidiu ontem apoiar o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no segundo turno do pleito. Após reunião em Brasília, o partido divulgou uma nota na qual afirma que a aliança de segundo turno se daria "em defesa dos compromissos do partido com a democracia, os valores republicanos, o desenvolvimento sustentável, a inclusão social, a reforma política e a retomada do crescimento".
No texto, assinado pelo presidente nacional da legenda, Roberto Freire, o PPS "conclama todas as forças favoráveis à mudança, em especial aquelas que apoiaram, no primeiro turno, Marina Silva (PSB), à unidade em torno da candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República".
Ao GLOBO, Freire disse que a opção por apoiar Aécio foi "natural" e teve apoio unânime. Segundo Freire, uma das condições para apoiar a candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva foi a de que isso viabilizaria o segundo turno na eleição presidencial e poderia contribuir para a derrota da presidente Dilma Rousseff (PT).
- Além do reencontro histórico com a esquerda democrática e os projetos comuns, um dos argumentos fundamentais para o PPS apoiar a candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva foi que isso ajudaria a viabilizar o segundo turno das eleições. E, evidentemente, que, se nós é que fôssemos para o segundo turno, Aécio nos apoiaria. O fundamental é derrotar o governo do PT para o bem do país - disse Freire, acrescentando: - Lutamos para que a nossa candidata fosse para o segundo turno. Não chegando, e o outro candidato sendo Aécio, com a maior naturalidade apoiamos a candidatura. Não teve nenhuma voz dissonante. A sociedade deu um recado claro nas urnas contra o governo. Defendemos a união das oposições para derrotar o lulopetismo.
Propostas de Marina incorporadas
Segundo Freire, alguns políticos do PPS queriam, inclusive, que o partido anunciasse a decisão assim que ficou matematicamente constatado que Aécio iria para o segundo turno com Dilma. Freire, no entanto, ponderou que conversaria primeiro com Marina.
- Muitos queriam anunciar logo depois do resultado da eleição. Eu quis primeiro conversar com a Marina. Apoiamos qualquer candidatura que possa derrotar o governo do PT e já fizemos isso em outras oportunidades. Não vejo problema em Aécio incorporar propostas que fazem parte do programa da Marina, o consenso entre os dois é claramente possível - explicou Freire.
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