• Enquanto se divulga lista de 28 políticos beneficiários do esquema, consolida-se a evidência de que a Petrobras foi mesmo ‘privatizada’ por interesses do PT e aliados
O trabalho de investigação do esquema de corrupção que tomou o poder na Petrobras pela via do lulopetismo avança com razoável velocidade. Ontem, em Curitiba, foro da Operação Lava-Jato, a geóloga Venina Velosa prestou longo depoimento a representantes do Ministério Público, no qual garantiu que toda a cúpula da estatal, incluindo a presidente Graça Foster, sabia do petrolão.
Até quarta, a Justiça já havia aceitado denúncias contra 39 pessoas, entre elas o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, ainda firme em negar qualquer participação no esquema. Junto com Cerveró, foi arrolado Fernando Baiano, tido como operador do PMDB junto à Petrobras. Entenda-se: facilitador de negócios pelos quais captava propinas e as destinava, talvez não na totalidade, a políticos peemedebistas.
E também ontem cresceu a frente do escândalo acompanhada com mais atenção, a dos políticos beneficiários do assalto à estatal. Enquanto o ministro do Supremo Teori Zavascki homologava a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, o jornal “O Estado de S.Paulo” divulgava relação de 28 políticos que teriam sido citados pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa.
Alguns nomes já haviam circulado: ex-governador Sérgio Cabral, ministro Edison Lobão, senador Renan Calheiros, entre outros. A lista reproduz a base partidária do governo: 10 do PP, 8 do PT, 8 do PMDB, 1 do PSB e 1 do PSDB. Este, um ponto fora da curva, o tucano Sérgio Guerra, já morto, para quem teriam sido destinados R$ 10 milhões em troca de um trabalho de sabotagem no Senado contra a CPI da Petrobras. Uma história a ser esclarecida. Assim como a de um outro morto, Eduardo Campos (PSB), da base do governo até abrir a dissidência que levaria Marina Silva a disputar as eleições presidenciais.
Além de Lobão, outro ex-participante do ministério de Dilma na lista é a senadora petista Gleisi Hoffmann, do Paraná, estado em que o doleiro Rousseff transita com desenvoltura. Há, ainda, o ex-ministro Antonio Palocci, mas este chama a atenção porque teria captado dinheiro do esquema para a campanha de Dilma em 2010. O PT e a presidente podem alegar que aquela eleição é fato transito em julgado.
As tensões em torno da implicação de políticos no escândalo tendem a subir. Como é da regra das delações premiadas, Paulo Roberto, para poder continuar em prisão domiciliar , precisa provar o que disse. Inclusive sobre o rateio de propinas entre PT, PMDB e PP.
Falta esclarecer muita coisa. Como o destino do dinheiro “por fora” amealhado pelos diretores Cerveró e Sérgio Duque, este apadrinhado pelo ex-ministro e mensaleiro condenado José Dirceu. Assim como é crucial conhecer-se o papel nisso tudo do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, militante petista fiel.
De tudo que já se sabe, consolida-se a evidência de que a Petrobras foi mesmo “privatizada” por interesses do PT e aliados.
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