• Novas ações tentam criar desgaste para presidente na semana de sua diplomação
Daniela Lima – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O PSDB ingressará com uma série de ações na Justiça Eleitoral pedindo investigações sobre a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), cuja diplomação está marcada para esta quinta (18).
Presidido pelo senador Aécio Neves (MG), que perdeu a eleição presidencial deste ano para Dilma, o partido estuda até a apresentação de um recurso contra a diplomação.
A iniciativa, revelada pela coluna Painel, da Folha, foi discutida pelas principais lideranças do partido na terça (16), em reunião em Brasília, e tem a anuência de Aécio.
Uma das ações, prevista para ser protocolada na noite desta quarta (17), aponta várias condutas da campanha petista que julga ilícitas e cita casos noticiados pela imprensa, como a suspeita de que os Correios deixaram de entregar material de campanha do PSDB para favorecer Dilma.
Com essas ações, os tucanos esperam ampliar o desgaste da presidente reeleita e abrir uma janela para associar sua campanha a desvios na Petrobras, caso as investigações da Operação Lava Jato avancem nessa direção.
Caso as investigações sejam abertas pela Justiça Eleitoral e confirmem as teses dos tucanos, a cassação do mandato de Dilma é uma das possibilidades de punição prevista pela legislação eleitoral.
Dirigentes do partido que participaram da discussão sobre as medidas reagiram às críticas de que estariam promovendo uma espécie de terceiro turno das eleições.
"Estamos em um regime democrático e usamos os instrumentos que a lei eleitoral nos dá. Se o Ministério Público Eleitoral não agiu, nós estamos agindo", disse o vice-presidente do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman.
Para ele, a sigla atua "rigorosamente dentro" do que a lei prevê. "Se existe uma legislação, ela deve ser cumprida", disse. "Temos não só um direito, mas o dever de pedir apurações sobre condutas que condenamos na campanha."
Golpismo
O secretário-executivo do partido, João Almeida, disse que as ações propostas seguem o trâmite e os prazos previstos pela legislação. Para entrar com recurso contra a diplomação de Dilma, por exemplo, o partido terá cinco dias após a cerimônia marcada para esta quinta-feira.
"Não podemos deixar de usar as oportunidades que a lei oferece", afirmou Almeida. "Golpismo é o que eles [os petistas] faziam, juntando gente para ir às ruas para pedir o impeachment do ex-presidente Fernando Henrique sem qualquer fundamento."
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